7 boas práticas no segmento do e-commerce que sua transportadora não pode deixar de lado
Compartilhe

A Diretoria de Transporte de E-commerce e o IPTC elaboraram um Guia com as referências de mercado que devem compor uma proposta comercial. Descubra agora quais são

O faturamento do comércio eletrônico brasileiro chegou a R$262,7 bilhões em 2022, alta de 1,6% em relação ao ano anterior. Os dados são da pesquisa realizada pela NielsenIQEbit. Ainda segundo o levantamento, houve alta de 24% no número de consumidores em e-commerce no país, na comparação com 2021.

No rastro dessa alta abre-se mercado para as transportadoras que fazem a logística das vendas online. Entretanto, não se pode perder de vista que, para operar nesse segmento é preciso considerar todos os itens que compõem o custo do serviço de transporte a fim de precificá-lo de forma justa.

Para fornecer aos transportadores uma visão geral dos componentes tarifários neste segmento, é que o SETCESP, por meio de sua Diretoria de Especialidade de E-commerce, e em parceria com o IPTC (Instituto Paulista do Transporte de Carga), elaborou um Guia com orientações para as empresas sobre as melhores práticas em termos operacionais, financeiro e modelos de negócios.

“O crescimento dessa modalidade, trouxe para as empresas diferentes desafios, como por exemplo, o não encontro do recebedor no ato da entrega”, aponta o diretor da especialidade no SETCESP, Guilherme Juliani, que também é CEO do Grupo MOVE3.

Outra grande particularidade do transporte no e-commerce está relacionada ao tempo. “Lidamos com entregas diretas ao consumidor final”, sinaliza o diretor, explicando que, esse fato faz com que o transporte tenha que ser muito mais rápido. “Ninguém que compra online quer esperar sua mercadoria por uma semana ou 10 dias, prazo que é comum para o transporte de cargas tradicionais ”, reforça ele.

Todas essas questões foram consideradas na elaboração do material que oferece uma amostra dos itens tarifários que devem compor o serviço de entregas para o e-commerce, além de trazer o que não pode deixar de constar em uma proposta comercial.

“Espero que o Guia possa servir de referência para um amadurecimento do mercado, criar condições financeiras adequadas aos agentes da cadeia e melhorar o nível de prestação de serviço como um todo”, comenta o vice-diretor da especialidade no SETCESP e vice-presidente vendas na Loggi, Ariel Herszenhorn, que teve participação ativa na construção do material.

Ariel explica que o transporte de itens comprados no e-commerce é bastante dinâmico e vulnerável às constantes alterações do mercado. “Com isso, identificamos que havia espaço para trazer mais conteúdo e oportunidade de nivelar o entendimento dos transportadores sobre o que significa operar neste nicho, quais são os principais termos e conceitos utilizados em negociações”, esclarece.

“Os embarcadores têm muita força negocial, se não unificarmos os processos, nossas empresas sofrerão muito com a pressão de clientes, e novos entrantes com custos impraticáveis na realidade”, avalia também Juliani.

No Guia consta de forma detalhada quais são os fatores que devem ser analisados para a precificação e cobrança pelo transporte de e-commerce.  Listamos a seguir de forma resumida sete deles. Veja:

  1. Frete Peso

É preciso desenvolver uma cultura de apuração de indicadores de produtividade, como o custo da coleta, da transferência, da última milha e do processamento e expedição da carga.

  1. Frete Valor

Inclua este item na composição tarifária com objetivo de ressarcir os custos com os seguros obrigatórios da carga (RCTR-C e RCF-DC), bem como com as avarias não cobertas pelos seguros.

  1. GRIS

Deve ser considerado com a finalidade de cobrir os custos decorrentes das medidas de combate ao roubo de cargas, notadamente as de prevenção de risco (segurança patrimonial de instalações, rastreamento de veículos entre outros).

  1. Devolução

Esse é um dos componentes que mais impactam na geração de custos. Minimamente deve-se cobrar adicionalmente um novo frete, para executar a devolução por insucesso, acrescido de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).

  1. Reentrega

Sempre que, por responsabilidade do usuário, a entrega não puder ser concretizada na primeira tentativa, deverá ser cobrada a segunda entrega e as seguintes. O valor deste serviço deve ter como base o custo correspondente à distância de ida e volta, entre o estabelecimento de destino e o polo ou terminal mais próximo da transportadora.

  1. Cubagem

Faça a conversão do peso real para o “Peso Cubado” para o cálculo sobre o Frete Peso. Negocie comercialmente a cobrança pelo Peso Cubado e avalie quais etapas da operação compensam o faturamento adicional do investimento na mensuração e pesagem dos pacotes (de maneira manual ou automatizada).

  1. Condições Financeiras

Estabeleça um faturamento quinzenal mantendo o prazo médio de recebimento em 15 dias. As regras e condições precisam estar claras na proposta comercial, a fim de manter a saúde financeira da transportadora.

Essas dicas e outras orientações, em detalhes, podem ser encontradas no Guia de Boas Práticas de E-commerce. Clique e baixe gratuitamente.


voltar