Compartilhe
07 de Maio de 2014 – 01h59 horas / Valor Econômico

SÃO PAULO  –  O deputado estadual Bruno Covas (PSDB) foi eleito nesta terça-feira presidente da CPI dos Pedágios, criada a pedido do PT para apurar eventuais irregularidades nas tarifas cobradas pelas concessionárias nas rodovias paulistas.


O ex-secretário estadual do Meio Ambiente, que deixou o governo estadual no começo de abril, teve cinco dos nove votos dos integrantes da comissão parlamentar. O deputado estadual Antônio Mentor (PT), que é o proponente e que foi eleito vice-presidente da CPI dos Pedágios, recebeu três votos, entre eles o de Aldo Demarchi (DEM), membro da base aliada ao governo de Geraldo Alckmin. O deputado estadual Campos Machado (PTB), que como membro mais velho abriu a reunião de instalação da comissão de inquérito, não votou. A primeira reunião ficou marcada para a quarta, 14.


Na primeira decisão como presidente, Bruno Covas indicou o também ex-secretário estadual Davi Zaia (PPS) como relator da CPI dos Pedágios. As escolhas foram criticadas durante a reunião por membros da oposição, que são minoria na comissão de inquérito.


Segundo o deputado estadual Gerson Bittencourt (PT), a base aliada quebra a tradição da Assembleia Legislativa ao não indicar o proponente da comissão de inquérito para a sua presidência.


"A tradição foi quebrada e de maneira equivocada. Penso que a bancada governista poderia ter indicado outro nome. Essa não é uma atitude que ajudará os trabalhos da comissão", afirmou.


O parlamentar petista criticou, ainda, a escolha para a presidência do deputado estadual Bruno Covas, neto do ex-governador Mário Covas, do PSDB, que morreu em março de 2001. Os contratos de pedágio firmados na administração do tucano também devem ser alvo de investigação da comissão de inquérito.


"O senhor é neto do ex-governador. Ex-governador que, na minha opinião, não precisa de um defensor. Ele era uma pessoa íntegra e a bancada poderia ter indicado outro nome", criticou. "E a relatoria fica também para o mesmo grupo que sustenta o governo estadual", acrescentou.


Tropa de choque


Além de Bruno Covas e Davi Zaia, a base aliada indicou para a comissão parlamentar o ex-secretário Edson Giriboni (PV) e o líder do PSDB na Assembleia Legislativa, Cauê Macris. O quarteto foi apelidado pela oposição de "tropa de choque" do governador.


A CPI dos Pedágios tem um prazo regimental de 120 dias e pode ser prorrogada por mais 60 dias. Ela foi criada no começo de abril e proposta em 2011, com assinaturas inclusive de integrantes de partidos como DEM, PV e PSB, que integram a base do governo.


Como só podem funcionar cinco CPIs ao mesmo tempo na Assembleia de São Paulo, e elas são instaladas por ordem cronológica, a base governista protocolou diversos pedidos no começo do atual mandato legislativo para congestionar a espera e evitar que comissões incômodas ao governador, como a dos Pedágios, fossem instaladas.


voltar