Dezenas de obras previstas para as rodovias licitadas no governo Dilma Rousseff estão atrasadas. Apesar das inúmeras mudanças feitas nos editais para evitar que os investimentos fossem interrompidos, as concessões da chamada terceira etapa entraram numa trajetória semelhante à das estradas leiloadas em 2008, que até hoje têm obras a concluir.
Um levantamento feito pelo Estado, com base nos relatórios da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), mostra que quase 130 obras previstas para 2015 e 2016 estão fora do cronograma. Essas obras são de responsabilidade de seis das sete concessionárias vencedoras dos leilões de 5.342 km de estradas federais: Concebra, Via 040, Rota do Oeste, MSVia, Eco 101 e Galvão BR-153.
Entre as justificativas para o atraso estão os tradicionais entraves com licenças ambientais e desapropriações de áreas. Desta vez, no entanto, dois novos ingredientes foram incluídos nessa lista. Um deles é o efeito da crise econômica no tráfego das estradas, que provocou um descompasso entre o plano de negócios e o caixa das empresas. Consequentemente, essa frustração de expectativas respingou na concessão de financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que está mais restritivo nas liberações. Junta-se a isso o fato de alguns controladores das concessionárias das rodovias estarem envolvidos na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, como Odebrecht e Galvão Engenharia, o que dificultou ainda mais a concessão de crédito.
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