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10 de Setembro de 2015 – 04h58 horas / Automotive Business

A Abeifa, entidade que representa importadores e fabricantes de veículos, trabalha para flexibilizar as cotas determinadas pelo Inovar-Auto para a importação de veículos. O regime automotivo estabelece que as empresas sem produção nacional podem trazer do exterior volume máximo de 4,8 mil unidades por ano sem a sobretaxação de 30 pontos no IPI. Caso excedam este número, as companhias precisarão pagar o valor cheio do tributo. “Não tem mais sentido esta regra existir como está”, analisa Marcel Visconde, presidente de Abeifa.

O executivo destaca que o Brasil vive realidade muito diferente da experimentada em 2012, quando foram desenvolvidas as cotas. “Se dobrarmos as cotas de importação para cada empresa ainda não teremos nenhum efeito negativo no mercado e o governo se beneficiaria de arrecadação maior. Nosso objetivo não é ter lucro, mas sim manter a roda girando para que os negócios não parem para os nossos associados”, esclarece.

Apesar de defender a flexibilização das cotas, Visconde reconhece que o sistema deve ser extinto repentinamente. “É complicado mudar a regra do jogo assim, mas pode haver uma flexibilização. O mercado brasileiro já tem barreiras à entrada grandes, não é necessário colocar mais essa restrição”, enfatiza. Uma possibilidade oferecida pelo dirigente é permitir que as empresas não percam a cota de importação que não foi utilizada em anos anteriores. A proposta é que os volumes possam ser acumulados e usufruídos no melhor momento para a empresa, quando o mercado estiver mais aquecido ou houver um lançamento.

A entidade vem conversando com o ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior sobre esta possibilidade. Além do contato constante com a equipe técnica da pasta, a organização quer marcar nova reunião com o ministro Armando Monteiro. “Acreditamos que o momento é favorável para uma mudança na regra de cotas”, aposta Visconde.

O pleito da Abeifa para aumentar as cotas com isenção dos 30 pontos adicionais de IPI acontece justamente em momento de forte contração do mercado. De janeiro a agosto as vendas das 28 empresas associadas a entidade diminuíram 30,3%, para 42,6 mil veículos. “Parece contraditório esse pedido acontecer justamente em momento de queda das vendas, mas não é. A flexibilização das cotas nos permitiria balancear melhor o mix de produtos importados para o Brasil”, conclui.


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