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26 de Agosto de 2015 – 04h46 horas / Automotive Business

A AEA, Associação Brasileira de Engenharia Automotiva, aproveitou a abertura da 23ª edição do Simea, Simpósio Internacional de Engenharia Automotiva, na terça-feira, 25, para a entrega de uma carta aberta assinada por 14 entidades relacionadas ao setor automotivo e que solicita a prioridade na implementação de programas de inspeção e manutenção da frota circulante em todo o País. Ela foi entregue pelo presidente da entidade, Edson Orikassa, ao assessor do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), Ailton Brasiliense, que representou o ministro das Cidades, Gilberto Kassab, chairman do Simea 2015, que esta sendo realizado no WTC, em São Paulo.

O documento destaca os avanços e a melhoria das condições de segurança veicular e de combate à poluição do ar conquistadas em outros países por meio de programas de inspeção e manutenção de veículos em uso. Em seu discurso, Orikassa salientou que o Brasil não tem avançado neste campo, apesar de dispor de moderna legislação de trânsito e meio ambiente. Veículos mal mantidos são causas de acidentes e geram aumento na emissão poluentes, penalizando a população com perdas de vidas, incapacitação física e doenças associadas à poluição, elevando inclusive, os custos com combate às doenças. A AEA se dispôs a colaborar com os governos estaduais e federal para a mudança deste cenário e compartilhar seu conhecimento e experiência sobre o patamar de desenvolvimento em segurança veicular e controle ambiental que outros países já atingiram.

Além da AEA, estão representadas na carta a Gaesi, FDTE, Instituto de Engenharia, Laboratório de Física Atmosférica do Instituto de Física da Universidade de São Paulo, Centro de Engenharia Automotiva da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, ABNT, ISMB, Unicamp, IAG, Inaira, Instituto de Saúde e Sustentabilidade, SAE Brasil, Afeevas, Sindipeças e Sincopeças.

Por sua vez, o secretário do Denatran lembrou que a inspeção de veículos consta no código nacional de trânsito: “Foi feito um trabalho neste sentido de implementação entre 2004 e 2005, mas por questões de dificuldades daquela época, inclusive políticas, não avançou. Se tivéssemos implantado, acredito que não teríamos o número que temos hoje”, disse Brasiliense, citando que um terço da frota nacional circulante, estimada em 60 milhões de veículos, está fora da lei e que em São Paulo o número de veículos irregulares chega a 30% de sua frota.

“Apenas dois terços dessa frota é licenciada anualmente. É uma questão que precisa ser tratada, a da qualidade da frota. É fato que a manutenção preventiva pode reduzir em 90% o número de acidentes que tem origem em causas técnicas”, aponta o secretário.

Ele garantiu que levará o pedido ao ministro da pasta e que o assunto será prioridade do Ministério das Cidades: “Nós temos o compromisso de mudar este quadro e lutar para que o Brasil adote o que é obviedade. Em primeiro lugar porque é necessário, em segundo, porque é possível, e em terceiro, porque há pessoas capazes de fazer o que é possível e grande parte delas está aqui, neste evento. ”, finalizou.


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