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07 de Novembro de 2014 – 05h29 horas / Reuters

Produtores rurais do Brasil se preparam para encarar margens ainda mais apertadas nesta safra em função do aumento do preço do diesel em cinco por cento, anunciado na noite de quinta-feira, que terá impacto para as operações com maquinários nas fazendas, além do frete e insumos.

Uma simulação feita pela consultoria Céleres a pedido da Reuters indica que o gasto exclusivamente com diesel deverá subir 12 reais por hectare de soja plantada, para 246,50 reais, tomando-se como referência pesquisa de custos feita em Mato Grosso em meados deste ano.

O aumento pode parecer pequeno na comparação com os 1.750 a 1.800 reais desembolsados para o plantio, desenvolvimento e colheita de cada hectare, mas não inclui todos os efeitos indiretos da alta do combustível.

"Vai aumentar também frete, insumos e serviços terceirizados", destacou o analista Jorge Attie, da Céleres.

O efeito do reajuste sobre o transporte rodoviário, modal usado para escoar boa parte da produção agrícola do país, poderá ser mensurado apenas nos próximos meses.

O frete tem potencial para impactar margens dos produtores, uma vez que o preço pago pelos grãos na região de produção é, basicamente, o valor obtido no porto descontado o transporte.

O óleo diesel, segundo a NTC&Logística, associação que reúne mais de 3 mil transportadoras do país, responde por até 40 por cento dos custos dos fretes de longa distância, como os que levam a produção de grãos do interior do país até os portos e indústrias.

"O impacto do aumento do diesel é muito forte", disse Nery Ribas, diretor técnico da Aprosoja MT, entidade que reúne produtores de grãos de Mato Grosso.


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