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09 de Abril de 2015 – 01h11 horas / Zero Hora

De cada R$ 100 investidos nos últimos dez anos, em áreas que auxiliam o transporte de cargas no Rio Grande do Sul, R$ 96 foram colocados em obras de rodovias federais e estaduais. Dentro dessa analogia, R$ 3,20 foram investidos nos aeroportos da Infraero, entre eles o Salgado Filho. Sobrou ainda R$ 0,80 para investimento em hidrovias. As informações são da Rádio Gaúcha.
 

– Foi um erro. O governo brasileiro tinha argumentos fortes para investir em estradas na década de 50/60. Mesmo assim, foi um erro esquecer do investimento nas outras modalidades – argumenta o professor João Fortini Albano, doutor em Sistemas de Transportes e Logística.
 

Já na área das ferrovias, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) informa que não houve investimentos autorizados nos últimos dez anos no Rio Grande do Sul. Houve apenas despesas da concessionária ALL Malha Sul em serviços de manutenção e conservação do atual trecho e os valores não são informados à agência.
 

E não será tarefa fácil reverter essa tendência. O professor Albano acredita que, se o investimento real começassem agora nos demais modais, o Rio Grande do Sul começaria a colher os resultados em cinco anos.
 

– O setor ferroviário já foi muito melhor do que é hoje. Se retornasse ao que era 20 ou 30 anos atrás no Rio Grande do Sul, reordenaria nossos fretes mais racionalmente – avalia.
 

E o Governo Federal promete reverter essa tendência no setor. Em 2012, anunciou a licitação do traçado gaúcho, do catarinense e do paranaense  da Ferrovia Norte-Sul Ferrovia Norte-Sul. No Rio Grande do Sul, a ferrovia deveria passar por Erechim até o porto de Rio Grande. A expectativa é que o trecho do sul seria concluído até 2017. Quase três anos se passaram e a VALEC, empresa pública de engenharia, construções e ferrovias informa que o estudo de viabilidade técnica ainda não foi concluído. E o prazo para concluir o levantamento era abril de 2014.
 

Dos R$ 13,59 bilhões investidos no Rio Grande do Sul na última década, nas rodovias gaúchas, R$ 9,7 bi foram feitos pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Os outros R$ 3,79 bi foram de competência do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer). Os números não levam em conta os investimentos das concessionárias que conservaram rodovias no modelo de pedágios.
 

– Fundamentalmente, o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) alavancou nossos investimentos – avalia o superintendente do Dnit no Rio Grande do Sul, engenheiro Pedro Luzardo.
 

No setor aeroviário, a promessa é ampliar os investimentos. Principalmente, com a ampliação de pista do Aeroporto Internacional Salgado Filho e com a construção do Aeroporto de Vila Oliva, em Caxias do Sul.
 

– O Rio Grande do Sul terá dois grandes polos de transporte de carga. Proporcionalmente, irá se igualar a São Paulo, Curitiba e o nordeste do Brasil – prevê o diretor do Programa Federal de Auxílio a Aeroportos da Secretaria de Aviação Civil, Eduardo Bernardi.
 

O pior ano de investimento em rodovias federais do Rio Grande do Sul equivale a todo investimento feito em hidrovias em solo gaúcho em 10 anos. Nesse modal, promessas renovadas. Um plano estratégico foi divulgado em 2013. Ele prevê o desenvolvimento na área até 2031, segundo o Ministério dos Transportes.


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