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22 de Setembro de 2015 – 04h46 horas / Automotive Business

O crescimento da oferta de carros no mercado brasileiro é benéfico para o consumidor, mas traz desafios para o setor de reparação independente. A diversidade de modelos e versões faz com que faltem componentes nos distribuidores e oficinas. O problema é concentrado em peças de design. “Muitas vezes, há aumento da oferta de carros sem evolução dos estoques”, aponta Antonio Fiola, presidente do Sindirepa, sindicato da indústria de reparação independente. Ele participou do III Fórum da Qualidade Automotiva, promovido pelo IQA em São Paulo na segunda-feira, 21.

Ana Paula Cassorla, vice-presidente da Andap, entidade dos distribuidores de autopeças, enfatizou que o problema acontece apesar do elevado estoque mantido por algumas empresas. “Vemos companhias com 50 mil, 60 mil itens armazenados.” Ela estima que o Brasil some 300 distribuidores de componentes, que contam com 900 centros de distribuição, 25 mil funcionários e faturamento anual em torno de R$ 17 bilhões.

Fiola aponta que, para amenizar os gargalos no abastecimento, é essencial que as montadoras estejam próximas do segmento de reparação. O bom relacionamento também favorece o acesso das oficinas às informações necessárias para a manutenção dos veículos, que contam com cada vez mais recursos tecnológicos, desafiando os profissionais do setor. “Problema de desabastecimento é, acima de tudo, uma ameaça à imagem da montadora. Não podemos atrasar em 10dias a entrega de um carro para o cliente”, destaca.

Enquanto as vendas de veículos novos seguem em queda, a tendência é de estabilidade ou até aumento na demanda por manutenção dos veículos. Fiola acredita que a situação econômica tende a pressionar o valor médio dos reparos para baixo. Apesar disso, o dirigente do Sindirepa não acredita que o preço seja o valor decisivo para que os clientes optem por fazer o conserto em uma oficina. “O valor é relevante, mas não é o preço que leva o consumidor a determinada oficina. Percebemos que o fator de decisão sempre é a confiança, a indicação”, esclarece.


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