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28 de Julho de 2015 – 04h15 horas / G1

No trânsito das grandes cidades, tem muita gente achando que o engarrafamento serve de desculpa para usar o celular, mas não pode. E isso já resultou no aumento das multas em São Paulo.

O andar cambaleante, de cabeça baixa nas calçadas pode acabar, no máximo, em um esbarrão. Agora, quando esse uso obsessivo do celular invade outro ambiente, os riscos são enormes. No trânsito, um "esbarrão" pode significar a morte de alguém.

Quando você dirige, por mais que isso seja natural, e até automático para você, a sua atenção é exigida de todos os lados. Você tem que ficar olhando pra frente, para a rua, claro, mas também tem que prestar atenção nos lados, no trânsito, nos carros que estão passando. E não pode esquecer de olhar para trás, usando os retrovisores. Agora, se você não resiste e, enquanto dirige, liga o telefone, você desliga tudo o que está a sua volta. Hipnotizados pela luz dos celulares, os motoristas esquecem o mundo.

“Nós podemos comparar esse celular com o uso da bebida alcoólica, por quê? Porque os dois interferem nessas funções essenciais para a direção veicular”, explica Dirceu Rodrigues Alves, diretor da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego.

Se o risco pode ser comparado com o de dirigir bêbado, imagina o perigo que andam as nossas ruas com tanta gente dirigindo e com o celular na mão? A equipe do Jornal Nacional flagrou um motorista mudando de faixa sem tirar o outro do telefone e outro manobrando para escapar do congestionamento com um olho na fila da frente e outro na telinha.

Mesmo com o carro parado no engarrafamento ou no sinal vermelho, isso é proibido. Só pode mexer no celular com o carro estacionado, senão, é multa. E, no mês passado, foram quase 13 mil multas a mais do que em junho de 2014.

“Nós estamos autuando muito e, no entanto, mesmo autuando muito, nós tivemos um agravamento no número de acidentes com vítimas fatais, em que vieram a óbito no ano de 2014”, diz Tadeu Leite Duarte, diretor de Planejamento e Educação de Trânsito da CET.

Para os especialistas, o celular ao volante virou uma epidemia, que precisa ser tratada.

“Hoje, o celular está sendo uma doença, uma doença que é a desatenção. E essa desatenção está gerando os acidentes. Está faltando fiscalização e punição severas, severas semelhante àquela da Lei Seca”, aponta Dirceu Rodrigues.


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