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07 de Maio de 2015 – 04h21 horas / R7

Os brasileiros terão que trabalhar 151 dias neste ano, o equivalente a cinco meses completos, só para pagar os impostos, as taxas e as contribuições destinados aos cofres públicos.

Isso significa que tudo o que a população ganhou de 1º de janeiro até o dia 31 de maio servirá para ficar quites com o governo.

A tributação incidente sobre os rendimentos (salários, honorários, etc.) é formada principalmente pelo Imposto de Renda Pessoa Física, pela contribuição previdenciária (INSS, previdências oficiais) e pelas contribuições sindicais.

Além disso, o cidadão paga a tributação sobre o consumo – já inclusa no preço dos produtos e serviços – (PIS, COFINS, ICMS, IPI, ISS, etc.) e também a tributação sobre o patrimônio (IPTU, IPVA, ITCMD, ITBI, ITR).

A pesquisa do IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação) mostra que o contribuinte destinou a mesma quantidade de dias para pagar impostos no ano passado.

O presidente executivo do IBPT, João Eloi Olenike, observa que, como em 2014, o pagamento de tributos neste ano irá subtrair, em média, 41,37% do rendimento bruto do brasileiro.

— Em 2013, esse percentual que era de 41,10%.

O estudo constata ainda que o trabalhador brasileiro trabalha atualmente quase o dobro de dias para cumprir suas obrigações junto ao governo do que nas décadas de 1970 e 1980, quando eram dedicados, respectivamente, 76 e 77 dias de trabalho com esse objetivo.

Serviços públicos

O presidente do Conselho Superior e coordenador de estudos do IBPT, Gilberto Luiz do Amaral, afirma que além de pagar os tributos embutidos no preço dos produtos e serviços que consome, o brasileiro paga tributos sobre a propriedade.

— E ainda tem impostos sobre o rendimento e taxas e contribuições de limpeza, coleta de lixo e iluminação pública. Por isso, é fundamental que o indivíduo tenha essa percepção, para poder cobrar de seus governantes e políticos o retorno em serviços de qualidade.

O estudo do IBPT traz ainda um comparativo com outros países, evidenciando que o Brasil exige que o cidadão destine mais dias de trabalho para pagar tributos do que na Alemanha, (139 dias); na Bélgica (140 dias) e na Hungria, (142 dias).

“Neste quesito, o Brasil se aproxima de países como a Noruega, por exemplo, onde o cidadão trabalha por 157 dias para pagar tributos. A diferença, no entanto, está na qualidade de vida oferecida naquele país”, ressalta Olenike.


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