Codesp pede novo acesso ao Porto em projeto viário
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10 de Julho de 2015 – 04h24 horas / A Tribuna

O projeto viário que contempla intervenções na entrada da Cidade deverá contar com uma nova alternativa de acesso ao Porto de Santos. O pedido é da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), a estatal que administra o cais santista, já que o estudo inicial apontava apenas melhorias na infraestrutura viária já existente. Agora, a Dersa vai precisar correr contra o tempo porque o prazo para entrega do material se encerra em quatro meses.

A necessidade de construção de um novo acesso viário ao Porto de Santos ficou ainda mais evidente devido aos problemas enfrentados durante o combate ao incêndio que atingiu os tanques da Ultracargo, entre os dias 2 e 10 de abril. Nesse período, o Viaduto da Alemoa e a Avenida Augusto Barata (Retão da Alemoa), que integram o único acesso rodoviário aos 38 terminais da Margem Direita do complexo marítimo, ficaram bloqueados.

Com isso, além de impedir a entrada de mercadorias no Porto de Santos, as operações de vários terminais foram prejudicadas. A estimativa é de que 22,5 mil caminhões deixaram de acessar o cais santista nesses nove dias.

Conforme divulgado por A Tribuna, em abril, ao analisar a parte portuária do projeto em elaboração pela Dersa, a Codesp concluiu que ela não elimina completamente o problema. O motivo é que esse estudo – que custa R$ 15 milhões, divididos entre a estatal e o Governo do Estado – contempla, na região do complexo marítimo, apenas a ampliação da capacidade de tráfego do acesso já existente (o Viaduto da Alemoa). Não está previsto um novo caminho às instalações da Margem Direita.

Diante disso, a Autoridade Portuária pediu que os estudos em andamento contemplem a inclusão de uma nova alternativa viária ao cais santista. No entanto, a forma como o pedido será viabilizado ainda está sendo analisada.

“A Codesp pediu que a concepção do projeto fosse alterada para incluir um novo acesso ao Porto. Nesse momento, os partícipes da iniciativa, Codesp e Estado (através da Secretaria de Logística e Transportes) estão trabalhando no sentido de encontrar uma maneira de viabilizar esta solicitação”, informou o presidente da Dersa. Laurence Casagrande Lourenço, em nota.

Prazo para entrega

O pedido de alteração no projeto foi feito cerca de cinco meses antes do prazo de entrega, definido através de um convênio entre a Dersa, a Codesp e o Governo do Estado, que contou com a interveniência da Prefeitura de Santos e da Secretaria de Portos (SEP). De acordo com o documento, os estudos deverão ser entregues em outubro.

No entanto, quando consultado sobre a então possibilidade de alterações no projeto que está em desenvolvimento, o presidente da Dersa informou, em abril, que os estudos podem ser alterados enquanto estiverem em elaboração, mas essas modificações tendem a encarecer o trabalho e retardar sua conclusão.

“Neste momento, ocorrem tratativas no sentido de viabilizar o projeto para um novo acesso ao Porto solicitado pela Codesp, bem como elaborar novos projetos para a Avenida Nossa Senhora de Fátima e ponte do Rio São Jorge, conforme requisição da Prefeitura de Santos. A pedido da Secretaria de Logística e Transportes, a Dersa continua trabalhando na conclusão e entrega dos projetos de todos os componentes previstos no convênio. Contudo, a necessidade de novos prazos dependerá da conclusão das tratativas atualmente em curso”, destacou a Dersa, em nota.

Projeto

Até o pedido da Codesp, o projeto viário tinha como objetivo encontrar soluções para a melhoria na capacidade viária do atual acesso ao Porto. Ele foi idealizado para eliminar os gargalos enfrentados pelo tráfego de caminhões na entrada da Cidade.

As intervenções envolvem duas obras, que vão custar cerca de R$ 700 milhões. Está prevista a construção, pela União, de uma alça no Viaduto da Alemoa a ser destinada aos caminhões que seguem da Rodovia Anchieta com destino ao cais. A ideia é que os veículos não precisem passar da faixa da direita para a da esquerda antes de acessar a passagem.

Com essa intervenção, os caminhões que descem o Viaduto da Alemoa, com destino à Rodovia Anchieta, não precisarão acessar a alça existente. Com isso, também não será necessária a troca de faixas.

Também foi projetada a implantação de um segundo viaduto de acesso ao Porto. Ele ligará o Retão da Alemoa ao viaduto original. Isso eliminará a rotatória na via e os caminhões que estiverem saindo do Porto terão como opção todas as faixas da Avenida Augusto Scaraboto (continuação do viaduto na Alemoa).


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