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03 de Maio de 2016 – 02h07 horas / A Tribuna

Até o final do ano, a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp, a Autoridade Portuária de Santos) estima retirar 500 caminhões das estradas da região a cada semana. Esse resultado será obtido com o início de um serviço de transporte hidroviário de cargas entre os terminais do Porto de Santos e o Polo Industrial de Cubatão. O projeto integra um pacote de ações da Codesp que visa otimizar os acessos ao complexo santista.

 

As iniciativas que integram esse planejamento logístico foram reveladas pelo diretor-presidente da Codesp, José Alex Oliva, durante conferência a alunos dos cursos de Engenharia da Universidade Católica de Santos (UniSantos) na última semana.

 

Uma das principais ações será a exploração do transporte hidroviário. Segundo Oliva, o plano surgiu há cerca de sete anos e há um pré-projeto em elaboração. No entanto, ele não revelou o nome da empresa que prepara o serviço.

 

O que se sabe, até agora, é que o plano inclui a transferência de cargas de navios para balsas, que então seguiriam para o polo industrial. Oliva explicou que “essa embarcação vai lá para o fundo (o interior do Estuário de Santos), depois da Ilha Barnabé, faz a transferência do navio direto para balsa. Essa matéria-prima vai direto para Cubatão e nós vamos tirar 500 caminhões do Porto por semana”.

 

Para isso, segundo o presidente da Companhia Docas, estuda-se como o transbordo (a movimentação de cargas de uma embarcação para outra) será feito, se o navio estará atracado, no cais, ou fundeado no estuário. “Já tem um projeto com um grupo empresarial para, até o final do ano, habilitar a primeira hidrovia. As hidrovias estão, sim, na nossa lista de prioridades”, afirmou.

 

A previsão é de que, no próximo semestre, a empresa apresente o projeto do serviço à Autoridade Portuária. Após sua aprovação, seriam construídos os dolphins (estruturas de atracação que não contam com cais) necessários à operação.

 

“Estamos trabalhando com a retomada do projeto das hidrovias da Baixada Santista. Em 2009, eu tive o privilégio de fazer uma palestra na Associação Comercial de Santos e quem levantou essa primeira bandeira para a construção das hidrovias no Porto fui eu.

 

A roda gira, o mundo roda e eu estou, hoje, capitaneando a possibilidade de retomar as hidrovias da Baixada Santista”, destacou o presidente.

 

Acesso rodoviário

 

O plano de otimização dos acessos ao Porto também inclui ações voltadas ao transporte rodoviário. Nos próximos dias, devem ser definidos os locais de canteiros de obras que serão instalados para a construção da Avenida Perimetral da Margem Direita do Porto de Santos, no trecho entre o Macuco e a Ponta da Praia.

 

Um terreno na Avenida Mário Covas Júnior, na confluência com a Rua Amélia Leutchemberg, na Ponta da Praia, foi o primeiro local escolhido para abrigar um canteiro. Mas, conforme Oliva, ainda são necessários outros locais de apoio, que estão sendo definidos em conjunto com a Prefeitura de Santos.

 

O projeto do trecho Macuco-Ponta da Praia da Perimetral prevê a revitalização da Avenida Mário Covas (antiga Avenida dos Portuários, onde a via será implantada), que tem 3,5 quilômetros. Por este motivo, caminhoneiros foram orientados a retirar os veículos estacionados na via,

 

A obra é dividida em três partes. A primeira é a construção dos viadutos e dos pontilhões ferroviários. Depois, está previsto o remanejamento de interferências e a revitalização da avenida. Já a terceira parte será a readequação da atual Avenida Ismael Coelho de Souza (dentro da área portuária) com a retirada dos ramais ferroviários da área interna dos terminais e sua recolocação no espaço entre a Perimetral e os armazéns.

 

Entrada de Santos

 

Oliva também aposta em um novo acesso rodoviário ao Porto de Santos, fruto da obra que envolve os governos Federal, Estadual e Municipal (Prefeitura de Santos). No entanto, os trabalhos, que serão divididos entre as três esferas do poder ainda aguardam a liberação de recursos por parte da União.

 

A estratégia de otimização dos acessos também inclui a expansão da malha ferroviária do Porto, empreendimento desenvolvido pela concessionária do setor, a Portofer, controlada pela Rumo-ALL.


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