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02 de Dezembro de 2014 – 04h44 horas / O Tempo

Para economizar o quanto precisa para pagamento dos juros da dívida pública – ou seja, cumprir a meta fiscal – em 2015, diante de um cenário de desempenho fraco da economia, o governo tem a opção de cortar gastos – entre eles, reduzir investimentos em infraestrutura – ou aumentar a carga tributária. Já se fala na volta da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide, que incide sobre combustíveis), na volta da CPMF, o “imposto do cheque”, e em aumento de impostos que estão valendo. E tudo isso terá impactos no dia a dia dos brasileiros, que devem enfrentar impostos mais altos, juros mais altos e a inflação sob controle, mas ainda alta – ou seja, o salário vai ter menos poder de compra.

 

“O que o governo sinalizou até o momento é que não vai reduzir o custeio da máquina pública. Logo, a alternativa é aumentar tributos e acabar com as isenções fiscais. Com isso, o poder de compra do brasileiro é reduzida”, analisa o coordenador do curso de economia do Ibmec/MG, Márcio Salvato.

 

Salvato explica que o que está acontecendo com o país é comparável com o que ocorre com uma pessoa que está endividada. “Se um consumidor está tendo dificuldades de pagar a dívida, o seu perfil de crédito piorou. Dessa forma, ele terá dificuldades de conseguir um outro financiamento ou, se conseguir, os juros serão mais altos. Afinal, ele tem menos credibilidade no mercado”, diz.

 

Para 2014, a meta fiscal estabelecida na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) era de R$ 116 bilhões, mas o governo apostava em cerca de R$ 80,8 bilhões.

 

Taxa de juros mais elevadas desestimula o consumo e o crescimento da economia. “Os recursos ficam mais caros. Logo, isso desestimula os investimentos produtivos”, observa. Com mais tributos e juros altos, que irão consumir parte da renda dos brasileiros, especialistas recomendam evitar contrair dívidas.

 

O coordenador do curso de ciências econômicas da Newton Paiva, Leonardo Bastos, afirma que a saída é cortar gastos ou aumentar impostos. Já o professor de economia brasileira da Fumec Fabrício Oliveira Cruz afirma que é possível a volta da Cide.


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