Consumo de Arla 32 está 45% abaixo do estimado e preocupa mercado
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06 de Fevereiro de 2017 – 03h39 horas / CNT

O consumo do Arla 32 está menor do que deveria, e isso decorre de fraudes que prejudicam os veículos e também o meio ambiente. A estimativa da Afeevas (Associação dos Fabricantes de Equipamentos para Controle de Emissores Veiculares da América do Sul) é que o déficit chegue a 45%. O cálculo considera o consumo de diesel S-10 no último trimestre de 2016 e a frota em circulação que exige a adição da substância para garantir eficiência e reduzir a poluição.

 

O Arla 32 é indispensável para veículos a diesel equipados com a tecnologia SCR (catalisador de redução seletiva), que se tornou item de fábrica na maioria dos modelos pesados desde 2012. Ele deve ser injetado no sistema de escapamento, para tratar gases dos motores e reduzir as emissões de óxidos de nitrogênio, que são danosos à saúde humana.

 

Entre as fraudes que fazem o Arla 32 não ser utilizado da maneira correta estão modificações nos sistemas dos veículos e o uso de produtos não adequados, que não atendem requisitos exigidos ou a certificação do Inmetro. O resultado disso, segundo o diretor adjunto da Afeevas, Elcio Farah, são perda de potência, danos ao sistema mecânico do veículo e aumento da poluição. “É questão de tempo para o veículo ter problemas no sistema, até ficar inoperante. Um produto de má qualidade ou diluído começa a criar cristais no catalisador até bloquear totalmente o sistema”, explica.

 

Conforme a Afeevas, a situação é preocupante, pois, para atender a fase P7 do Proconve (Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores do Conselho Nacional do Meio Ambiente), esse déficit teria que ficar muito abaixo dos 20%; acima desse valor, a fase deixa de ser eficaz para o controle da emissão dos óxidos de nitrogênio. 

 

Quem frauda o sistema do caminhão ou utiliza Arla não certificado pode ser multado. A PRF (Polícia Rodoviária Federal) e o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos) têm realizado operações nas estradas para combater o problema.

 

O Ibama alerta que “a instalação de botões, chaves, sensores, softwares ou qualquer outro dispositivo que vise enganar o sistema de controle de emissões para a não utilização do Arla 32” caracteriza-se “ilícito ambiental, tanto para quem vende/executa a instalação como para o proprietário do veículo”. A multa, conforme o órgão, pode chegar a até R$ 50 milhões.


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