Crise afeta setor de transporte, mas há otimismo moderado para 2017
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28 de Novembro de 2016 – 03h56 horas / CNT

A Sondagem Expectativas Econômicas do Transportador 2016, realizada pela CNT (Confederação Nacional do Transporte), mostra que a crise na economia do Brasil tem impactado fortemente o setor de transporte. A maioria das empresas (60,1%) teve diminuição de receita bruta em 2016, e 58,8% precisaram reduzir o número total de viagens. Para 74,6%, houve aumento do custo operacional. Foram entrevistados 795 transportadores de todo o país, que atuam nos diferentes modais (rodoviário, ferroviário de cargas, metroferroviário, urbano de passageiros por ônibus, aquaviário e aéreo).

 

A maioria deles (90,7%) considera que a crise política também os afetou negativamente. Pelo menos 37,4% das empresas do setor reduziram o número de veículos em operação em 2016. Esse cenário refletiu na retenção de mão de obra. De dezembro de 2015 a setembro de 2016, foram demitidos 52.444 trabalhadores no setor. Somente nos últimos seis meses, 58,1% das empresas brasileiras de transporte tiveram de reduzir o quadro de funcionários devido à situação econômica do país.

 

Para 2017, 47,7% dos empresários esperam obter receita bruta maior e 48,8% confiam que haverá melhor desempenho da atividade econômica. O levantamento da CNT aponta que 53,5% dos transportadores aumentaram a confiança na gestão econômica do governo federal e 60,5% concordam com as medidas fiscais anunciadas. A Sondagem mostra também que 49,3% dos empresários acreditam que a retomada do crescimento na economia do país só será percebida em 2018. Para 23,6%, essa percepção ocorrerá em 2017.

 

“A crise econômica tem causado impacto negativo no setor de transporte. Acreditamos em um novo momento, com esse novo governo, que está fazendo o ajuste fiscal necessário e fortes investimentos em infraestrutura de transporte”, afirma o presidente da CNT, Clésio Andrade.

 

Conforme a Sondagem, a maioria dos entrevistados (83,5%) apoia a participação de investidores internacionais nas novas concessões da área de transporte. A CNT tem trabalhado fortemente com seus escritórios na China e na Alemanha para atrair investimentos estrangeiros para obras de infraestrutura de transporte no Brasil.

 

Principais dados dos diferentes modais

 

RODOVIÁRIO

 

– 77,5% revelam que tiveram aumento do custo operacional em razão da retomada da cobrança da Cide-combustíveis
– Apenas 7,6% da arrecadação da Cide-combustíveis foi convertida em investimentos federais desde 2015
– 45,7% dos empresários do segmento rodoviário de passageiros afirmam que o número de assaltos cresceu
– 48,5% das empresas de transporte rodoviário de cargas registram aumento da quantidade de roubos

 

FERROVIÁRIO DE CARGAS

 

– 80% dos entrevistados afirmam que os aportes privados em infraestrutura ferroviária aumentarão em 2017

 

– 100,0% das concessionárias afirmam que a prorrogação dos contratos é a melhor forma de viabilizar investimentos em ferrovias no curto e médio prazos.
– 80,0% têm interesse em prorrogar seus contratos

 

URBANO DE PASSAGEIROS POR ÔNIBUS

 

– 83,5% das empresas tiveram queda no volume de passageiros transportados
– 61,5% tiveram queda de receita bruta em 2016
– 83,0% não recebem nenhum tipo de subsídio para operar
– 56,5% dizem não ter faixas exclusivas disponíveis nas cidades onde operam

 

METROFERROVIÁRIO

 

– 50,0% revelam queda no volume diário de passageiros transportados nos últimos 12 meses
– Para as que registraram queda, o percentual foi de até 7,0%
– 62,5% aumentaram a quantidades de carros de passageiros ou carros motores em operação

 

AQUAVIÁRIO

 

– 36,7% das empresas de navegação avaliam que o porto sem papel não foi capaz de reduzir significativamente a burocracia
– Para empresas de navegação interior, o derrocamento do Pedral do Lourenço aumentará a participação da navegação na movimentação da produção nacional (75,0%)
– Empresas de navegação marítima esperam por manutenção do nível dos investimentos privados nos portos (73,2%) e, também, da condição da infraestrutura (73,1%)

 

AÉREO

 

– 75,0% das empresas aéreas apoiam a ampliação da participação de capital estrangeiro no setor
– 100,0% perceberam queda no número de clientes transportados no último ano
– 75,0% declaram que a definição da alíquota máxima de 12,0% para o ICMS incidente sobre o QAV é importante para o setor
– 75,0% têm interesse em aumentar o número de rotas regionais

 

Clique aqui para acessar a íntegra.


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