As vendas de combustíveis no Brasil deverão recuar neste ano ante 2014, após expressivas altas nos últimos anos, devido ao fraco desempenho da economia que derrubou as vendas do óleo diesel e da gasolina, afirmou nesta quinta-feira (15) o diretor de Abastecimento do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom), Luciano Libório.
No acumulado de janeiro a setembro, as vendas de gasolina no país recuaram 7,8% ante o mesmo período de 2014, enquanto as vendas de diesel, na mesma comparação, caíram 3,9%, informou Libório, em entrevista à Reuters, durante evento do setor de biocombustíveis, no Rio de Janeiro.
É a primeira vez em muitos anos que o Sindicom projeta recuo anual nas vendas dos combustíveis, que durante grande parte do ano foram sustentadas pela forte demanda por etanol hidratado.
As vendas do biocombustível se mantiveram fortes no acumulado dos primeiros sete meses do ano, com crescimento de 45,9%. Mesmo assim, elas não foram mais suficientes para equilibrar as estatísticas de vendas totais de combustíveis no país.
"No Sindicom, nós achávamos que se somassem todos os combustíveis em 2015 fecharia no zero a zero (estabilidade em relação ao ano anterior), mas a tendência que se mostrou em agosto e em setembro mudou um pouco o que a gente estava pensando", afirmou Libório, que não detalhou os números de setembro, revelando apenas o acumulado do ano.
As vendas de combustíveis do ciclo Otto (gasolina e etanol), em gasolina equivalente, caíram 0,3% no acumulado de janeiro a setembro na comparação com o mesmo período do ano passado.
"Esse número mostrou que a inflexão se tornou mais forte em agosto e setembro", disse o executivo.
Libório alertou ainda para uma expectativa do mercado de aumento dos preços do etanol em algum momento entre novembro e janeiro, com o início da entressafra da cana-de-açúcar. A alta, porém, ainda não foi estimada com precisão.
O movimento poderá favorecer a competitividade da gasolina em relação ao etanol nos postos de combustíveis.
As vendas de óleo diesel também estão abaixo do esperado, levando o sindicato a reduzir sua expectativa para o ano.
"O cenário que a gente estimava no meio do ano era que seria uma queda de 3% (em 2015) e a gente está rumando agora para uma queda de 4%, mudança significativa que tem impactado as distribuidoras de combustíveis", afirmou.
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