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08 de Dezembro de 2014 – 04h44 horas / Diário da Região

Motorista desavisado ou acostumado a pisar fundo nas estradas pode preparar o bolso ou começar a rever seus conceitos, porque o cerco aos infratores está mais fechado: de 2013 para 2014, saltou de 5 para 56 o número de radares fixos instalados em oito rodovias da região. Reflexo direto também no bolso. Só na Washington Luís, em nove meses radares registraram 12.682 multas por excesso de velocidade entre Catanduva e Mirassol, 53% a mais que no mesmo período do ano passado. Dá em média um motorista autuado a cada 30 minutos.
 

Então, quem já começa a planejar aquela viagem para as festas de final de ano é bom ter à mão o mapa da mina, ou melhor, o mapa com a localização destes big brothers. A dica é importante porque ante sera fácil saber onde se localizavam, mas agora estão diluídos pela malha rodoviária. Até 2013 os aparelhos se concentravam na Washington Luís, onde havia cinco radares a postos para flagrar os apressadinhos.
 

A partir deste ano, as rodovias passaram a contar com outros 51 (confira ao lado a lista) Destes 51, 27 já estão operando, outros 11 devem começar a funcionar até o final de dezembro e 13 deles, instalados na BR-153, só devem começar a multar a partir de fevereiro de 2015. A maioria dos novos equipamentos foi instalada nas rodovias estaduais. Principalmente em vias de pista simples. De acordo com o governo estadual, o investimento na fiscalização tem como objetivo a redução do número de acidentes.
 

A rodovia Feliciano Salles Cunha, que liga Mirassol a Ilha Solteira, por exemplo, ganhou 10 novos radares e outros foram colocados na Euclides da Cunha, entre Bálsamo e Jales. Em todo o Estado serão instalados, até o final deste ano, 311 radares e 114 lombadas eletrônicas, que custaram R$ 37 milhões. Para secretário de Transportes e Logística do Estado, Clodoaldo Pelissioni, a ampliação da fiscalização eletrônica é necessária para diminuir as ocorrências nas estradas e, consequentemente, o número de vítimas. “Essa é nossa prioridade, por isso, além da implantação dos radares vamos melhorar as rodovias e investir muito na sinalização. Não vai ter pegadinha, vamos avisar o motorista sobre a existência do radar para que ele possa trafegar na velocidade permitida para a via”, afirma.
 

Menores
 

Nem rodovias menores escaparam. Entram nessa lista a Jornalista José Wilibaldo de Freitas, em Novo Horizonte, a Cassio Primiano, em Mendonça, e a Luiz Delbem, em Palestina. A explicação é que embora sejam secundárias, se comparadas ao porte da SP-310, por exemplo, são movimentadas e têm trevos em nível. “Os radares foram instalados em locais com grande fluxo de veículos e histórico de acidentes graves. Não estão nesses locais aleatoriamente, todos eles têm um motivo de estarem ali”, diz o secretário.
 

Já na Assis Chateaubriand, perto de Guapiaçu, radares devem ser instalados até o final do ano. De acordo com o comandante da Polícia Rodoviária Estadual (PRE) na região de Rio Preto, capitão Cláudio Ferreira da Silva, os novos aparelhos devem proporcionar maior segurança aos motoristas, principalmente nos trevos em nível, locais onde os carros cruzam a pista para entrar nos municípios. “O segundo tipo de acidente mais grave nas rodovias é a colisão transversal, perdendo apenas para as batidas de frente em número de mortes.
 

A redução da velocidade ao passar por esses trechos de cruzamento é essencial para manter a segurança no trânsito”, diz Silva. Além da fiscalização por radares fixos, a PRE também possui quatro radares portáteis. Eles são utilizados diariamente em locais de tráfego intenso. Só eles flagraram 57.225 motoristas nos primeiros 11 meses de 2014, em toda a área do batalhão, que vai de Rio Preto a Sud Menuci. Ainda segundo o comandante, as infrações em que a polícia mais investe na fiscalização são as que causam acidentes mais graves: excesso de velocidade, falta de cinto de segurança, ultrapassagem em local proibido, embriaguez ao volante e as que envolvem motociclistas.
 

Um motorista multado a cada meia hora
 

O número de multas por excesso de velocidade na rodovia Washington Luís (SP-310), entre Catanduva e Mirassol, saltou de 8.286 em 2013, para 12.682 nos primeiros nove meses de 2014. O resultado representa um aumento de 53%. Isso equivale a um motorista multado a cada 30 minutos. Nesse trecho de 58 quilômetros, nove radares fazem a fiscalização, sendo cinco deles fixos e quatro portáteis. Cada um multou em média, em 2013, 920 vezes nos primeiros nove meses.
 

Já neste ano, cada aparelho foi responsável pelo registro de 1409 infrações por excesso de velocidade. Três dos cinco radares fixos ficam na área urbana de Rio Preto, onde a velocidade máxima permitida é de 90 quilômetros por hora. Nos outros dois, que ficam próximos a Catanduva, o limite de velocidade é de 100 km/h. "Eu acho importante que existam radares na rodovia. As pessoas correm muito e se esquecem dos perigos.
 

Infelizmente, a maioria dos motoristas só toma consciência de que é preciso andar na velocidade correta quando sofre algum acidente ou então quando leva uma multa", afirma o motorista profissional Luiz Cassiano. O motorista conta ainda que foi multado recentemente na rodovia e que aprendeu a lição. "Eu mesmo recebi uma multa faz três meses. Paguei R$ 85 e entendi que é preciso ter cuidado. Agora olho com mais atenção as placas de sinalização."
 

O caminhoneiro Nilso Domingos, 54 anos, também já foi multado na rodovia. "Não foi uma vez só não, já paguei algumas multas este ano, principalmente pelos radares portáteis. Esses são muito complicados para o motorista, pois a gente nunca sabe onde eles estarão", comenta.
 

Mais carro, mais atenção
 

De acordo com o comandante da Polícia Rodoviária Estadual em Rio Preto, Cláudio Ferreira da Silva, "a fiscalização das rodovias é intensificada principalmente durante os fins de semana e feriados, quando o fluxo de veículos nas estradas aumenta consideravelmente".
 

O comandante afirmou, porém, que não tem como saber quantas multas foram registradas pelos radares fixos e quantas pelo radar móvel, uma vez que todos os registros são encaminhados para o Departamento de Estradas e Rodagem (DER), automaticamente.
 

Apesar do aumento de 53% no número geral de multas, em alguns meses o volume cresceu até 2.000%, passando de 68 multas em janeiro de 2013 para 1.818 multas no mesmo mês deste ano. Em apenas dois meses, o registro de multas foi maior no ano passado do que neste ano. Em junho do ano passado foram registradas 1.247 multas, ante 1.081 deste ano. No mês seguinte foram 2568 multas contra 1630 neste ano. Redução de 13% e 36%. Fora estes dois meses, os outros só registraram aumento.


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