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18 de Dezembro de 2014 – 04h59 horas / A Tribuna

Ao abrir o portão para receber as compras de Natal, muita gente pode se surpreender com o reforço de segurança das empresas que realizam as entregas. Na Baixada Santista, alguns consumidores foram recebidos na porta de casa por homens armados, num esquema semelhante ao de carros fortes, para receber compras simples, como um micro-ondas.
 

Toda essa proteção se deve ao risco de roubo de cargas, prática com uma média de 23 ocorrências por dia no Estado. Na região, esse é o número mensal, o que representa um roubo a cada 31 horas.
 

Para evitar que produtos mais caros sejam desviados por bandidos, as empresas têm investido cada vez mais neste quesito. “Do faturamento bruto, as transportadoras empregam 12% em métodos de segurança. Deste montante, cerca de 4% são investidos em escolta armada”, explica o assessor de Segurança da Federação das Empresas de Transporte de Carga do Estado de São Paulo (Fetcesp), o coronel Paulo Roberto de Souza, que, neste ano, realizou pesquisa com 500 empresas do setor.
 

Ele diz também que cada empresa avalia a necessidade de ter equipes com armas acompanhando as entregas. “Quem transporta eletrônicos e medicamentos, que são os produtos mais visados pelos criminosos, já tem um padrão mínimo de gerenciamento de segurança”.
 

Enquanto nas estradas, o roubo de carga é feito pelo crime organizado, nas áreas urbanas esse tipo de ação, segundo Souza, é de oportunidade.
 

Empresas
 

A Via Varejo, empresa responsável pelas marcas Casas Bahia e Pontofrio, afirma que o serviço de entregas é terceirizado e que são os prestadores de serviços que determinam a necessidade ou não do uso da escolta.
 

Essa decisão depende mais do valor do que é transportado do que da região onde está o comprador.
 

O Magazine Luiza, que conta com proteção armada para a distribuição de alguns produtos, justifica que “a ação visa garantir a segurança da entrega aos clientes”.
 

Correios
 

De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de Santos e Região, há uma média de dois assaltos por dia registrados nas cidades da Baixada Santista. Por conta disso, muitas encomendas deixam de ser entregues e o interessado tem de retirar as mercadorias em agências dos correios.
 

De acordo com os Correios, no ano passado, foi firmado um acordo de cooperação com a Polícia Federal para implantar ações de segurança. O órgão também afirma ter criado um setor específico para monitoramento de riscos e planejamento de estratégias.
 

Em nota, a estatal diz ter investido, no último ano, mais de R$ 12 milhões em segurança na região metropolitana de São Paulo e da Baixada Santista, mas, por ser assunto relacionado à segurança, “a empresa não detalha as estatísticas nem locais em que essas medidas são implantadas”.


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