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15 de Junho de 2018 – 14h52 horas / CNT

A obrigatoriedade de equipamentos de segurança nos veículos, como freios ABS e airbags, que passou a valer em 2014, pode ter sido um dos fatores responsáveis pela queda no número de óbitos nas rodovias federais policiadas, a partir de 2015. Segundo o estudo da CNT “Acidentes Rodoviários e a Infraestrutura”, divulgado na última semana, as mortes caíram de 8.234 para 6.865 entre 2014 e 2015.

 

O novo trabalho relaciona as características da infraestrutura viária apresentadas na Pesquisa CNT de Rodovias 2017 (estado geral, sinalização, pavimento e geometria da via) com os acidentes com vítimas registrados pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) em rodovias federais.

 

Segundo o material, outras ações que corroboram com a queda nos números foram as punições mais duras aplicadas aos motoristas imprudentes, como as multas relativas às ultrapassagens perigosas (pelo acostamento ou com invasão irregular do outro sentido da via), que tiveram aumento de até 900% em 2014, chegando a R$ 1.915,40, e passaram a ser consideradas gravíssimas.

 

O trabalho da CNT também aponta que houve queda significativa no número de acidentes a partir de 2013. A ressalva, entretanto, é que os registros de ocorrência de acidentes sem vítimas passaram a ser realizados diretamente pelos usuários, por meio da declaração eletrônica de acidente de trânsito (e-DAT) na internet, substituindo o boletim que vinha sendo elaborado pessoalmente pelos policiais rodoviários federais.

 

“Não levar em consideração esse fato pode influenciar os resultados, trazendo uma análise equivocada ao se avaliar a série histórica, pois a queda do número total de acidentes refere-se, em sua maioria, à perda das informações dos registros de acidentes sem vítimas que deixaram de ser feitos pelos policiais e não sendo, também, informados pelos usuários”, observa Bruno Batista, diretor-executivo da CNT.

 

Entre 2007 e 2017, ocorreram 1.652.403 acidentes nas rodovias federais, com um total de 3.573.295 vítimas, 1.040.095 pessoas feridas (grave ou levemente) e 83.481 mortos, média de 20,8 mortos por dia. Para se ter uma ideia da gravidade do índice, considerando que um Boeing 737 tem capacidade para até 215 passageiros, é possível inferir que o número de óbitos é equivalente à queda de um avião com a morte de todos os passageiros a cada dez dias. Estima-se que os custos médios anuais decorrentes desses acidentes giram em torno de R$ 10 bilhões ao ano.


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