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07 de Junho de 2017 – 03h08 horas / Lauro Freire

Por Lauro Freire* – Manter-se relevante no mercado atual é um desafio. Blackberry, Kodak, Nokia e outras tantas empresas que um dia foram líderes em seus segmentos perderam espaço para outras companhias. Segundo pesquisa do AEI (American Enterprise Institute), dentre as 500 maiores organizações listadas pela revista Forbes em 1955, apenas 12% delas apareceram novamente em 2016. Em plena era digital, as transformações no mercado estão cada vez mais rápidas, inclusive no setor de transporte, em que os modelos de negócios também precisam ser repensados.

 

Existem variáveis a favor das empresas, como a facilidade no acesso às novas tecnologias, a evolução das escolas de negócios e funcionários cada vez mais especializados e capacitados. Então por que as companhias ainda têm dificuldade em manter seu crescimento e posição no mercado? O sucesso do negócio passa a estar diretamente relacionado à capacidade de inovar. As corporações que hoje dominam o mercado são aquelas que foram disruptivas, tudo isso porque questionaram suas premissas.

 

INOVAÇÃO IMINENTE: É PRECISO QUESTIONAR AS PREMISSAS. Um olhar amplo é essencial ao nosso negócio, levando em conta todo o ecossistema no qual sua organização está inserida. Afinal, um software ou uma ferramenta não existe de maneira isolada, e sim como um componente interligado a outros, formando um sistema. Por exemplo, o surgimento de veículos refrigerados trouxe novas possibilidades, não apenas para o setor de transporte, mas também para outras indústrias que puderam distribuir outros produtos a partir de locais diferentes e, as vezes, mais distantes. Questionar premissas é ir além do benchmarking, que verifica atitudes passadas e diz respeito às práticas já conhecidas no mercado. Pergunte-se:

 

Quais são as “tradições” de sua empresa? Algumas "tradições" são inimigas da inovação e não deixam sua empresa se reinventar e ficar mais ágil e eficiente.  Aquelas ações e processos antigos e que muitas vezes não fazem sentido na realidade atual. Pense nisso: hotéis estipulam horários fixos para o check-in e check-out no intuito de facilitar o serviço de limpeza, mas isso é benéfico para os clientes

 

Qual o propósito de seu negócio? Muitas vezes pensamos apenas nas demandas do cliente ou no desenvolvimento do produto. Agora, se sua empresa fabrica canetas, qual é o seu negócio? Canetas? A resposta correta é: “informação”. O consumidor ao adquirir uma caneta não compra pelo produto em si, mas pelas informações que serão registradas por meio dela.

 

Quais tendências precisamos acompanhar? Olhe além de seu próprio setor. A ameaça não vem das organizações que agem igual à sua, mas daquelas que fazem coisas diferentes. Veja o caso da Southwest Airlines, conhecida por ser pioneira no modelo low-cost de companhias aéreas. Sua proposta simplificada e diferenciada afetou empresas de transporte num geral, não apenas o mercado aeronáutico, pois ofereceu uma opção barata de serviço para passageiros que normalmente usariam ônibus, por exemplo.

 

Uma rede hoteleira sem hotel próprio ou uma fornecedora de transporte sem uma frota de veículos causariam estranhamento há alguns anos. Hoje são referências de modelos de negócios inovadores. Sem dúvidas, o caminho para a disrupção não é simples. É necessário coragem para divergir do mercado e dentro de sua própria empresa, algo que está fadado a acontecer quando se questionam as premissas. Porém, o preço que se paga ao escolher a estagnação pode ser ainda mais alto.

 

*Lauro Freire é sócio-diretor da BgmRodotec, empresa do segmento de tecnologia para empresas de transporte, lista três formas de otimizar a gestão corporativa e o atendimento aos clientes.  A BgmRodotec promoveu o evento “Disruptura do Transporte: você está preparado?” em abril desse ano, para discutir possibilidades e caminhos na inovação do setor.


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