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05 de Setembro de 2014 – 05h27 horas / G1

Em São Paulo, a polêmica agora é com as faixas exclusivas para bicicleta. Espaços que foram criados para aumentar a segurança dos ciclistas e organizar o trânsito, mas motoristas e pedestres não respeitam e passaram a invadir as faixas.

Essa discussão tomou conta da cidade. As pessoas querem se locomover com mais rapidez. E sabem que as ciclofaixas são importantes. Mas as pessoas também reclamam da maneira como elas estão sendo implantadas. Uma das mais recentes foi implantada na zona leste da cidade de São Paulo.

Aos poucos, as ciclovias vão surgindo pela cidade, mas não têm agradado a todo mundo. Alguns moradores e comerciantes reclamam. “Prejudicou bastante o comércio. Não tem aonde estacionar. E o comércio caiu, simplesmente, 70% prejudicando a todos da região”, reclama Daniel dos Santos, comerciante.

Já quem usa, agradece. Mas acha que ainda está faltando alguma coisa. “Mais ciclovia”, diz um ciclista.

“Acho que sinalização ainda falta bastante”, afirma uma ciclista.

Mas não adianta só pintar as faixas e sinalizar. É preciso respeitar o espaço das bicicletas.

“O único problema é o pessoal que desrespeita”, ressalta um outro ciclista.

“Acho que é uma questão de educação de todas as partes”, opina um ciclista.

Tem táxi que para e pega passageiro, caminhão de lixo na faixa, caminhão da prefeitura, fazendo a limpeza.

“A gente reclama com os motoristas, que não pode parar, aí eles acham ruim e xingam”, conta um entregador em uma bicicleta.

À noite, a equipe do Bom Dia Brasil flagrou uma moto invadindo a faixa das bicicletas. E um carro parado na frente da banca de revistas, em cima da faixa, com o pisca-alerta ligado.

A prefeitura promete melhorar a sinalização e a segurança. Ela diz que até o fim do ano, 1,2 mil guardas-civis devem passar a fazer rondas nas ciclovias, com bicicletas.
“Paralelo a isso, nós vamos fazer campanhas, informações, vocês vão nos ajudar nesse sentido, de trazer à população a consciência da importância que é a mobilidade por bicicleta para substituir outros eventuais módulos que poluem mais, que geram ruído, que causam outros tipos de problemas”, diz Tadeu Leite Duarte, diretor de Projetos e Educação no Trânsito/CET.

“Nós estamos em uma fase de inclusão do ciclista, portanto, ele esteve sempre marginalizado no processo de planejamento da cidade. Então esse é o momento de incluí-lo. De trazer novos ciclistas, para que a gente possa sim, considerá-lo parte do tecido e do sistema de mobilidade da cidade”, afirma Daniel Guth, cicloativista e consultor de mobilidade.

Desde janeiro deste ano, foram aplicadas 13.752 multas relacionadas à proteção e segurança de ciclistas. Isso é o dobro do ano passado.


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