Inflação oficial em sete meses já ultrapassa teto da meta do governo
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10 de Agosto de 2015 – 04h59 horas / Correio 24 Horas

A inflação até perdeu força no mês passado ante junho – registrando uma alta de 0,62%, resultado 0,17 ponto percentual inferior à taxa de 0,79% da variação averiguada em junho -, mas nos sete primeiros meses de 2015 já superou o resultado obtido em todo o ano passado e bateu o teto da meta do governo para o índice de preços (6,5% ao ano).

Pressionada por itens como combustíveis e energia elétrica, a inflação acumulada em 2015 (janeiro a julho) é de 6,83%, 0,33 ponto acima do teto da meta – o objetivo central do Banco Central é alta de 4,5%- e a maior para o período de janeiro a julho desde 2003.

Em 2014, a inflação anual foi de 6,41%. No início de 2016, o presidente do Banco Central terá de enviar uma carta para o Ministério da Fazenda a fim de justificar o descumprimento da meta de inflação. A última vez em que houve estouro foi em 2003, no primeiro ano do governo Lula. “A explicação é mais do que prevista: o reajuste dos preços administrados”, explica Tatiana Pinheiro, economista do Santander, em referência aos preços controlados pelo governo.

O IPCA (índice oficial de preços) sobe forte neste ano pressionado pelo choque das tarifas reguladas pelo governo, como energia elétrica, água e esgoto, transporte, combustíveis e loteria. O dólar mais caro e o preço dos alimentos também ajudaram a acelerar a taxa. A inflação acumulada em 12 meses manteve sua trajetória de alta, para 9,56%, também o maior pico desde novembro de 2003 (11,02%).

A inflação de julho, de 0,62%, desacelerou em relação à do mês anterior (0,79%), mas é alta para os padrões do mês. Em julho de 2014, o índice de preços havia sido de apenas 0,01%. O principal responsável pela alta no mês passado foi a energia elétrica, após reajustes de tarifas nas regiões metropolitanas de Curitiba e de São Paulo. “É um mês do ano em que geralmente temos mais deflação, por causa da desaceleração de alimentos e poucos reajustes de tarifas”, afirma o economista Flávio Serrano, do Banco Espírito Santo.


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