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09 de Maio de 2016 – 02h01 horas / NTC

Criado com o objetivo de reduzir os custos do transporte de carga no Rio de Janeiro e com o primeiro trecho inaugurado em julho de 2014, o Arco Metropolitano é motivo de insegurança e medo para motoristas que precisam passar pelo local. De acordo com dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), nos primeiros três meses deste ano o número do roubo de cargas registrados nas delegacias das regiões por onde passa a rodovia cresceu 123,37%, comparado ao mesmo período de 2015.

Ainda segundo o ISP, no primeiro trimestre do ano passado foram registrados em delegacias que atendem regiões do Arco Metropolitano 77 casos de roubos de carga, contra 172 casos deste ano. Os dados são baseados em registros feitos na 48ª DP (Seropédica), 50ª DP (Itaguaí), 58ªDP (Posse), 60ªDP (Campos Elíseos), 61ªDP (Xerém) e 63ªDP (Japeri), regiões por onde passa a rodovia.

Segundo a Polícia Militar, viaturas do Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv) fazem rondas e cumprem planos de operações em toda extensão do Arco Metropolitano 24 horas por dia.  No entanto, os caminhoneiros ressaltam que é ainda mais perigoso trafegar pela via durante a madrugada. “A partir das 8h já dá para passar pelo Arco com um pouco menos de medo, mesmo assim, é muito deserto e inseguro. Antes disso nem pensar, é loucura”, afirmou o motorista Joílson Marques da Silva, de 48 anos.

Durante o mês de abril, o G1 percorreu o Arco Metropolitano e não constatou a presença de nenhum telefone para emergência. Além disso, outra queixa dos motoristas é a falta de sinal de telefone celular. “Ali você não consegue sinal de absolutamente nada. Parece outro planeta. Se formos roubados em qualquer parte do Arco, só conseguimos avisar a alguém quando sair dali”, afirmou o motorista Marcos Antônio Santana, de 37 anos.

O Departamento de Estrada de Rodagens (DER) alega que viaturas do órgão fazem o monitoramento da via e, em caso de emergência, ajudam o usuário. Sobre a falta de cabines telefônicas na via, o órgão informou que existe um projeto de implantação, mas que ainda aguarda a liberação de verba. Sobre a falta de sinal de celular, o DER ressaltou, em nota, que “depende do desejo econômico das operadoras para instalar antenas na região”.

O projeto do arco tem mais de 40 anos, mas só em 2008, após ser incluído no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), começou a ser construído, com investimentos do governo federal e estadual que somam R$ 1,9 bilhão. Seu nome oficial é Rodovia BR-493/RJ-109.

Sindicato cria observatório de roubo de carga

Por causa do crítico cenário que envolve o Roubo de Carga no estado, o Sindicato Empresas Transportes Carga do Estado do Rio (Sindicarga), em parceria com empresários, criou um observatório para estudar e monitorar essa situação. Devido ao crescimento do roubo de cargas na região do Arco Metropolitano, a equipe do Observatório do Roubo de Carga (ORC), selecionou a região para um estudo inicial.

“Através de ferramenta própria, o ORC constatou no quarto trimestre dos três últimos anos um aumento de 114%, se comparado 2014 com 2015, na incidência de Roubo de Carga nas circunscrições que compreendem o Arco, destacando como mais críticas as delegacias de Campos Elíseos e da Posse”, destacou o coordenador Rodrigo Taveira.

Outra preocupação dos integrantes do ORC é o aumento da ocupação irregular na região, o que pode futuramente interferir na questão da segurança pública na região. “Isso hoje não representa um problema de Segurança Pública, mas com a sua expansão, logo representará”, afirmou Rodrigo. Segundo ele, um monitoramento fotográfico tem sido realizado na região e será encaminhado para as secretarias municipais para alertá-los do problema.

Com intenção de impedir a ocupação desordenada, a Câmara Metropolitana informou que está realizando o monitoramento da via por drones e será feito um relatório mensal áreas de possíveis ocupações. Caso a prefeitura local não tome providências, já que o Arco Metropolitano atravessa vários municípios, a Câmara acionará o Ministério Público para que a desocupação seja realizada.


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