Ministro fala em ‘ajustar’ acordo automotivo com México à realidade
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27 de Fevereiro de 2015 – 04h59 horas / G1

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro Neto, afirmou nesta quinta-feira (26) que o processo de renovação do acordo automotivo com o México tem de levar em consideração "as novas condições que estão presentes hoje na realidade do setor automotivo brasileiro".

"Então se for possível ajustar esse acordo a essa realidade, evidentemente que teremos uma perspectiva de renová-lo", disse o ministro, que afastou a possibilidade de o governo brasileiro concordar com o livre comércio entre os dois países no setor automotivo.

Representantes dos governos brasileiro e mexicano se reuniram na semana passada em Brasília para tratar da renovação do acordo automotivo entre os dois países, que termina em 19 de março próximo, mas o encontro não foi conclusivo. Uma nova reunião foi marcada para 27 de fevereiro na Cidade do México.

O ministro do Desenvolvimento declarou que, havendo renovação do acordo automotivo com o México, isso terá de acontecer "necessariamente" dentro do sistema de cotas. "Esse detalhamento está sendo discutido. A perspectiva de livre comércio não se coloca na medida em que nós precisaríamos nesse caso olhar todo o universo tarifário", acrescentou ele.

Entenda o acordo

No atual acordo, que vigora até 19 de março, há uma cota de venda de carros entre os dois países. Pelo formato atual, a limitação tanto de importação quanto de exportação de carros é de US$ 1,64 bilhão por um período de doze.

Pelas regras do acordo, os veículos vindos do México, dentro da cota, ficam isentos da taxa de importação de 35% no Brasil e do Imposto sobre Produtos Industrizados (IPI) determinada no passado pelo governo federal aos carros importados. Nas vendas acima da cota, porém, incide a tributação de 35%.

Os mexicanos, que preenchem toda a sua cota de exportações para o Brasil, têm defendido abertamente a liberalização de comércio de veículos após o fim do acordo, em março. O Brasil, porém, não tem exportado integralmente sua cota para o México.

Segundo informou na semana passada o presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, as exportações para o México não estão completando a cota a que o Brasil tem direito, dentro do acordo, por problemas de competitividade. Ele defendeu a manutenção da atual cota na renovação do acordo automotivo com o México.


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