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29 de Abril de 2015 – 05h37 horas / A Tribuna

Em cerca de 15 dias, a Companhia Docas do Estado de São Paulo(Codesp), estatal que administra o Porto de Santos, colocará em prática o projeto para modernizar e otimizar seu modelo de gestão. Estão previstas mudanças em 144 processos administrativos e operacionais da empresa. Desse total, 19 devem ser modificados nos próximos dois meses.

A implantação desses novos métodos de trabalho se baseia em um estudo realizado por funcionários da Docas e técnicos da consultoria Deloitte – que venceu a licitação aberta pela Secretaria de Portos(SEP) para avaliar os procedimentos da Codesp e do complexo marítimo.

O levantamento foi iniciado em 28 de abril do ano passado. Uma das metas é reduzir de 17 para seis dias o tempo necessário para o desembaraço de mercadorias no Porto de Santos. “A gente já passou pelas fases de diagnóstico e de desenhar o modelo futuro. Agora, vai começar a entrar na fase de implantar os processos revisados”, destacou o diretor-presidente da Codesp, Angelino Caputo e Oliveira.

Na fase de diagnóstico, além do levantamento sobre os processos administrativos, foram feitas entrevistas com órgãos públicos e privados que atuam no cais santista. Essas ações ajudaram na análise dos procedimentos de chegada e saída de navios, operação e liberação de cargas e passageiros. Também foram avaliadas questões relacionadas aos acessos terrestres rodoviário e ferroviário) ao Porto.

Um resumo preliminar do estudo foi apresentado por Caputo na última quinta-feira(23), durante a reunião mensal do Conselho de Autoridade Portuárias (CAP) de Santos, ocorrida na sede do órgão, na Cidade. Na ocasião, o executivo destacou que, em alguns dos novos processos, foi reforçada a participação do CAP – apesar de seu atual caráter consultivo, imposto pela Lei nº 12.815, a nova Lei dos Portos. É o caso da elaboração do Plano de Desenvolvimento e Zoneamento (PDZ) do Porto, o plano diretor do complexo, que terá de ser apreciado pelo CAP antes de sua aprovação final.

Segundo Caputo, o estudo de modernização também apontou a necessidade de consultar outros intervenientes, como a versão local do Comissão Nacional das Autoridades nos Portos, em outros procedimentos.

Implantação

Algumas medidas de otimização, mais simples, foram implantadas já durante a fase de diagnóstico dos problemas de gestão, explicou Angelino Caputo. “Alguns processos que poderiam dar ganhos rápidos foram alterados enquanto estavam desenhando (o estudo). Ponto eletrônico, estruturação da área de Tecnologia da Informação(TI) e mudanças no faturamento são alguns deles”, disse.


Mas as principais modificações começam a ser realizadas agora. Essas ações foram divididas pela Codesp em três grupos ou “ondas”. As alterações com implantação mais simples e rápida integram esta primeira fase, que começará na primeira quinzena do próximo mês e deve ser concluída em dois meses.

“Você pega 144 processos em que se fazia de um jeito e, agora, eles vão ser feitos de outra maneira. Isso foi dividido em três ondas. Aquilo que é possível fazer de maneira mais fácil, simples, vai na primeira onda”, explicou Caputo. Uma das ações incluídas nesta fase envolve o serviço de protocolo da Docas, que cuida dos procedimentos de entrada, saída e acompanhamento de documentos na estatal.

Em setembro, será iniciada a onda 2. Ela envolverá cerca de 40 mudanças, que apresentam um grau maior de dificuldade em sua adoção do que as da primeira onda. Conforme o cronograma, esta fase deve ser concluída em outubro.

Onda 3

Nesse mesmo mês, terá início a parte mais delicada do trabalho. São as alterações da onda 3, 68 medidas com uma efetivação mais complexa. Uma delas é a implantação de um Business Process Management System (BPMS). Isso é possível a partir da instalação de um software específico, que vai integrar os departamentos da empresa, compartilhando informações necessárias – semelhante ao que o Porto Sem Papel faz com as autoridades do complexo. Esta etapa é considerada de alta complexidade e demora. Por isso, não há previsão para a sua implantação total.

O programa de BPMS ainda será definido pela estatal. Em seguida, os funcionários da empresa terão de ser treinados para utilizá-lo.“A ferramenta vem crua, zerada.Tem que colocar o desenho da sua empresa dentro da ferramenta”, explicou o diretor-presidente da Codesp, Angelino Caputo e Oliveira.


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