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25 de Outubro de 2016 – 03h39 horas / G1

A região administrativa de Campinas, composta por 90 municípios, registrou um aumento de 14,7% nas mortes em rodovias em setembro em relação ao mesmo mês de 2015 segundo levantamento feito pelo Infosiga, banco de dados que reúne informações de acidentes de trânsito de diversas fontes.


Esse crescimento difere da tendência do Estado de São Paulo, que registrou uma queda de 4,2% na mesma comparação. A diminuição no estado é explicada, principalmente, pela queda de veículos nas rodovias por conta da crise econômica.


Em 2015, a região de Campinas registrou em setembro 88 mortes, enquanto em 2016 o número cresceu para 101. No estado, a queda foi de 466 mortes para 446. A maior parte das vítimas é de homens (83 das 101 mortes) e de pessoas entre 18 e 24 anos (13 mortos) e de 45 a 49 anos (12 óbitos).


Trechos urbanos

 

Para o especialista em trânsito José Almeida Sobrinho, uma das explicações para a diferença da região de Campinas com o resto de São Paulo é o fato dela ter as mais movimentadas rodovias do estado passando em grandes extensões de áreas urbanas.


“O trânsito é muito intenso nessas áreas urbanas, onde muitas vezes os pedestres não utilizam passarelas, o que causa mais acidentes fatais”, diz Almeida Sobrinho. Ele também lembra que nesses trechos há um grande número de motociclistas utilizando as estradas, principalmente no deslocamento para o trabalho e para serviços de entrega.


“A motocicleta, quando bem pilotada, já é muito perigosa. Se tiver alguma imprudência e em trechos de rodovias com tráfego intenso, a maior parte dos acidentes acaba sendo fatal”, afirma.


Quanto à maioria de mortos serem homens, isso é uma tendência geral. “Os homens são mais imprudentes e ousados no trânsito, geralmente se envolvendo em ocorrências mais graves. As mulheres são mais prudentes e, quando se envolvem em acidentes, são de menor gravidade”, afirma.


A crise econômica causa queda no número de veículos, mas não diminui acidentes em trechos urbanos de rodovias. Por economia, muitas pessoas trocam carros por motocicletas ou deixam de usar ônibus, andando mais a pé ou de bicicleta, correndo mais riscos de acidentes nesses trechos das estradas que cruzam as cidades.


Convênio

 

O governo estadual diz que está realizando um trabalho voltado para municípios com maior número de acidentes, mas Campinas ainda não está no convênio já firmado com 15 cidades.

 

Na seleção, foram considerados municípios com números médios superiores a 15 óbitos por 100 mil e escolhidos por faixa populacional (até 100 mil habitantes, até 200 mil, até 400 mil e acima de 400 mil).


Para reduzir acidentes, são realizadas visitas de diagnóstico e elaboração de planos de ação para antecipar situações e realizar melhorias com relação à infraestrutura, fiscalização e conscientização.


Participam do programa Amparo, Atibaia, Barretos, Catanduva, Fernandópolis, Itanhaém, Jacareí, Piedade, Praia Grande, Registro, Ribeirão Preto, São Carlos, São José do Rio Preto, São Roque e Sorocaba.


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