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08 de Outubro de 2014 – 05h07 horas / Automotive Business

A conta não deverá fechar este ano para caminhões. Dois fatores determinarão o tamanho da retração em 2014. O primeiro diz respeito ao volume real de vendas previsto pela Anfavea: o segmento encerrou o acumulado entre janeiro e setembro com pouco mais de 99 mil unidades emplacadas – o que representou queda de 14% sobre igual período do ano passado, de acordo com os dados divulgados pela entidade na segunda-feira, 6. Na passagem de agosto para setembro, os licenciamentos melhoraram, apresentando crescimento de 3,7%, mas ainda há retração sobre setembro do ano passado, de 12%. Com este cenário, a entidade preferiu manter a projeção de 2014, que aponta vendas de 133 mil unidades.

Para se chegar ao volume previsto, é necessária média de emplacamentos de 15 mil unidades em outubro e repetir a dose em novembro. Com base nos números divulgados pela associação, a média mensal para caminhões está em 11 mil unidades, considerando todo o desempenho entre janeiro e setembro. O melhor mês de vendas neste período, que foi maio, com 12,7 mil unidades, ainda fica longe da meta dos 15 mil.

O segundo fator determinante do desempenho do mercado de caminhões este ano, que agrava ainda mais o cenário, é que o ano terminará mais cedo para o segmento, explica o vice-presidente da entidade e diretor de relações governamentais da MAN Latin America, Marco Saltini: “Para garantir as entregas até 31 de dezembro, conforme exige o BNDES, os financiamentos deverão ser aprovados pela instituição até 21 de novembro, mesmo utilizando o processo simplificado, como tem sido feito nos últimos meses”, disse. Acrescentou que uma revisão do volume de venda deve apontar para algo como 125 mil unidades para 2014.

Para Luiz Carlos de Moraes, também vice-presidente da Anfavea e diretor de relações institucionais da Mercedes-Benz, não há no horizonte qualquer sinal sobre a aprovação do programa de renovação de frota ainda este ano, proposto ao governo pela Anfavea e fator que poderia mudar o rumo dos negócios no fim do ano: “Já está praticamente pronto [o programa], com quase nenhuma alteração a verificar. Mantemos o pleito, mas até agora não há sinal de regulamentação”.

EXPORTAÇÕES E PRODUÇÃO

As exportações também ficaram abaixo da expectativa de melhora, apresentando queda de 23,5% entre janeiro e setembro na comparação com iguais meses de 2013, ao somarem 13,9 mil unidades. Apenas os segmentos de leves e médios tiveram crescimento no período, de 1,2% e 5%, respectivamente, insuficientes para conter a retração de semileves (-15,3%), semipesados (-32,9%) e pesados (-31,9%).

Acompanhando o ritmo mais lento dos mercados interno e externo, a produção de caminhões segue em baixa: no acumulado de nove meses recuou 23,6% na comparação com igual período do ano passado, para 112 mil unidades. Em setembro, as fabricantes do segmento produziram 11,7 mil unidades, 1,5% abaixo do volume de agosto e expressiva retração de 30,3% sobre setembro de 2013.

ÔNIBUS

Os negócios para o segmento de chassis de ônibus foram 16,8% menores nos nove meses fechados do ano, com a venda de 19,9 mil unidades, enquanto que há um ano este volume era de 24 mil. Considerando as vendas só de setembro, houve pequena reação positiva de 0,4% sobre agosto, para 2,2 mil chassis, enquanto que na comparação com igual mês de 2013, houve retração de 19,5%.

As exportações de ônibus brasileiros também apresentaram recuo, de 28,3% no acumulado, para 4,8 mil unidades, puxado pela queda de 39,2% do segmento urbano – 2,8 mil emplacamentos este ano contra os 6,8 mil do ano passado.

As linhas de montagem entregaram 12,2% menos chassis entre janeiro e setembro deste ano sobre igual período do ano passado, para 27,7 mil unidades. Os 2,7 mil veículos produzidos em setembro representaram retração de 2,8% sobre agosto e de 8,9% sobre mesmo mês de 2013.


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