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19 de Maio de 2017 – 04h26 horas / O Estado de S. Paulo

A instabilidade política gerada pela delação premiada da JBS, com acusações envolvendo o presidente Michel Temer, fará com que os investimentos no setor de infraestrutura e os planos para concessões de ativos no âmbito do Programa de Parceria de Investimentos (PPI) sejam paralisados, de acordo com a avaliação de especialistas no setor.


"Sem dúvida, o interesse do investidor estrangeiro estava 100% calcado no PPI, na estruturação dos leilões que estavam sendo feitos", disse o sócio da área de infraestrutura do L.O. Baptista Advogados, Fernando Marcondes. "As coisas estavam caminhando muito bem, mas me parece que, agora, tudo vai ficar travado."


Algum atraso é admitido também pelo Palácio do Planalto. Lá, a avaliação é que houve piora no ambiente econômico, o que pode afetar o programa. No entanto, a ordem é manter normalmente o funcionamento da parte técnica do programa. Pelo calendário, o próximo leilão é o da 14ª rodada de petróleo, prevista para setembro. Só então, dizem fontes, será possível dizer se houve de fato algum prejuízo.


Entre os técnicos, a avaliação é de que o programa sobreviverá aos solavancos. "Independente do que vier a acontecer no campo político, não tem dúvida que a recuperação do investimento é pela via das concessões, já que não há recursos orçamentários", disse uma fonte.


Diversas fontes consultadas pelo Estadão/Broadcast lembraram que o leilão dos aeroportos de Salvador, Fortaleza, Florianópolis e Porto Alegre, realizado em março, foi bem sucedido e atraiu diversos players internacionais. No entanto, com as delações da JBS, a percepção de risco em relação ao Brasil vai disparar e, com isso, a capacidade do País para atrair capital privado e internacional será impactada no curto prazo.


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