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08 de Junho de 2016 – 04h50 horas / NTC

O Plano Estratégico de Logística e Cargas do Estado do Rio de Janeiro (PELC) 2045 tem a capacidade de transformar o Rio em uma plataforma multimodal para os demais estados, segundo o presidente do Conselho Empresarial de Logística e Transporte (CELT), da Associação Comercial do Rio (ACRio), Eduardo Rebuzzi, e ajuda o estado a concretizar a ideia de ser uma rótula logística do País, conforme disse o presidente da ACRio, Paulo Protasio, acentuando a localização estratégica do estado, podendo ser um elo de ligação com o Centro-Oeste, São Paulo e o Norte do País.

“O Rio precisava de um plano nesse sentido, e o estado é a rótula, pois é o que mantém o Brasil de pé. O PELC trouxe de volta a ideia de tornar o Rio a rótula do País”, comentou o presidente da Associação.

A entrega do PELC foi realizada na quinta-feira (02/06), em seminário realizado na sede da ACRio, no Centro. O evento também teve a participação do secretário estadual de Transportes, Rodrigo Vieira, que ressaltou a importância estratégica do estado. “Estaremos fortalecendo o porto do Rio e as vias de escoamento. O Rio tem uma importância não só para o estado como também para todos os estados do Sudeste”, disse.

Para Rebuzzi, o estado tem um ativo logístico importante, com a estrutura de portos, ferrovias e rodovias, mas que precisam ser aprimorados. “A partir de agora, deixa de ser um plano deste governo para ser de estado. O governo do estado assinará um decreto, e há um projeto de lei na Alerj (Assembleia Legislativa do Estado) para que venha a ser aprovado como plano de estado, que não possa ser alterado e nem deixar de ser cumprido. A sociedade terá um instrumento que deverá ser respeitado pelos governantes”, disse.

O detalhamento do PELC ficou a cargo do subsecretário estadual de Transportes, Delmo Pinho, que também é conselheiro do CELT. Segundo ele, o plano levou 30 meses para ser concluído e prevê ações em todos os segmentos dos transportes para um período de 30 anos. “É um plano diretor e estratégico e está bem alinhado com os mais modernos. Começamos bem, porque esse plano é bastante denso e pode ser considerado um dos melhores do País”, disse.

Em sua palestra, o subsecretário fez algumas críticas a decisões relativas ao setor de transportes que foram tomadas nos últimos anos, como o caso da liberação do Aeroporto Santos Dumont, no Centro, para outros voos que não sejam da ponte aérea Rio-São Paulo. De acordo com ele, essa abertura prejudicou o Aeroporto Internacional do Galeão/Tom Jobim, que era o hub de operações aéreas vindas do exterior ao Brasil.

“Hub é centralização, então não pode ficar indefinidamente dividindo a demanda porque senão não poderá ser criada uma grade de voos suficientemente densa para atrair os passageiros de outras unidades da federação. Então há de se estabelecer um limite de convivência entre o Santos Dumont e o Galeão nesse sentido”, disse.

O PELC RJ 2045 foi elaborado pela Secretaria de Estado de Transportes e tem a Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRio) como uma das principais entidades parceiras no projeto. Serve como base estratégica para que o governo possa elaborar política pública para o transporte de cargas e logística.

Com uma perspectiva estratégica, foram definidos 12 conjuntos de equipamentos de infraestrutura, as chamadas âncoras do projeto. Em torno delas, os pleitos foram organizados em agrupamentos de acordo com suas características físicas e logísticas. Um exemplo é o Eixo Multimodal Rio-Minas, que tem grande potencial de atração de novas cargas para exportação do sul de Minas, da região de Belo Horizonte e do Centro-Oeste, utilizando os portos do Rio.


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