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12 de Julho de 2016 – 03h32 horas / G1

Acidentes mais graves foram colisões frontais em pistas simples. Em 2015, 7 mil pessoas morreram nas rodovias federais brasileiras.


Uma pesquisa nacional revelou quais são as estradas mais perigosas do país e quando é que acontecem os acidentes mais graves. No ano passado, quase 7 mil pessoas morreram nas rodovias federais brasileiras.


A boa notícia é que o número de mortes nas estradas brasileiras vem caindo desde 2011. Mas a ruim é que ele continua alto: uma média de 18 mortes por dia nas rodovias federais em 2015.


Os acidentes mais graves foram as colisões frontais, normalmente em pistas simples. Em 2015, quase 20% das mortes foram provocadas pela falta de atenção dos motoristas. Esta foi a principal causa de acidentes num trecho em Santa Catarina.


O trecho mais perigoso do Brasil tem apenas dez quilômetros de extensão e passa na grande Florianópolis. Nele, a BR-101 virou uma espécie de avenida por onde trafegam diariamente 175 mil veículos. Em 2015, 15 pessoas morreram neste pedaço de rodovia. O trecho tem uma média de 46 acidentes por mês.


O estado que teve o maior número de mortos nas estradas foi Minas Gerais, quase mil pessoas. Um trecho da BR-040, na saída de Belo Horizonte para o Rio de Janeiro, é apontado como o pior em acidentes envolvendo caminhões. Não há canteiro nem mureta separando as pistas. De acordo com o estudo, a causa chama a atenção – grande parte dos motoristas envolvidos nos acidentes estava com sono.


O Paraná é o terceiro estado com mais mortes nas estradas. Um trecho de dez quilômetros da BR-116, ao Sul de Curitiba, foi considerado o mais perigoso do estado em 2015. Os tombamentos de caminhão foram os acidentes mais comuns, principalmente por causa de ultrapassagens indevidas.


A pesquisa mostra os horários em que o número de mortes é maior nas rodovias federais. É quando anoitece, entre 18h e 20h. E o dia da semana em que aconteceram mais acidentes fatais em 2015 foi domingo, uma média de 28 mortes a cada domingo. Ao todo, nos fins de semana, 2.785 pessoas morreram nas rodovias federais no ano passado.


A Polícia Federal tem uma explicação para isso: nos dias de folga, os carros estão mais cheios, e os motoristas muitas vezes não são acostumados a dirigir em estradas. Saem para um passeio, para levar a família para descansar, e os acidentes, nesses casos, têm consequências mais graves.


Para os organizadores da pesquisa, os dados podem ajudar a prevenir acidentes.


“É realmente o fator humano que está contribuindo para o número de acidentes, a falta de atenção e excesso de velocidade. Então, mais uma vez tendo informação sobre aonde estão estes pontos, os motoristas podem dirigir com mais alerta, com mais cuidado, e evitar acidentes”, explicou Solange Fusco, diretora de Comunicação da Volvo.


O trecho mais perigoso de todo o Maranhão fica na única rodovia de acesso à capital. A duplicação da estrada, que poderia reduzir os riscos, deveria ter ficado pronta há dois anos.


São 26 quilômetros de riscos. O trechinho pequeno da BR-135 é considerado o mais perigoso de todo o Maranhão.


Foram quase 500 acidentes nos últimos três anos: 19 pessoas morreram e 239 ficaram feridas.
O último acidente grave foi no domingo (3). Um carro bateu de frente com um caminhão que fazia ultrapassagem. Oito pessoas morreram, incluindo duas crianças.


A combinação de pista estreita, sem acostamento num dos lados, numa reta que favorece altas velocidades está entre as principais causas dos acidentes graves. Daí a importância das obras de duplicação que começaram em 2012 e deveriam terminar dois anos depois.


"Fizeram a metade, deixaram a outra metade e continua a mesma. Muito dinheiro enterrado e a gente não vê a BR", diz o funcionário público Geovaldir de Jesus.


A única coisa que tem mudado é o mato que não para de crescer no canteiro de obras. E lá se vão quatro anos desde que os trabalhos começaram. O custo inicial da obra estava em R$ 213 milhões, mas a previsão agora é que sejam necessários R$ 484 milhões para o serviço ser concluído. O custo não para de subir e a obra não anda. Até agora apenas 10 quilômetros foram duplicados. Ainda falta a maior parte: 16 quilômetros.


“Se nós temos já a rodovia pronta aqui, questões técnicas pequenas para liberação, com certeza esse acidente não teria acontecido”, diz Júlio Henriques, inspetor da PRF/MA.


O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte afirmou que o acidente de domingo foi uma das fatalidades causadas por imprudência e ultrapassagem perigosa, que não podem ser prevenidas com ações de engenharia. O Dnit declarou que vai intensificar os serviços de duplicação neste mês. A nova previsão de entrega é abril do ano que vem.


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