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16 de Junho de 2015 – 04h53 horas / Jornal da Manhã

O município de Ponta Grossa possui um dos maiores gargalos logísticos do Sul do Brasil. Concentrando um grande entroncamento rodoviário, por onde cruzam as estradas PR-151 e BR-376, além de ser o ponto de partida de estradas como BR-373, PR-513 e PR-438, passam pelo perímetro urbano do município cerca de 44 mil veículos todos os dias, sendo 17 mil caminhões diariamente circulando em todos os sentidos. Atualmente, segundo José Alberto Moita, presidente da CCR Rodonorte, responsável pela concessão das rodovias que cortam a cidade, depois da realização do Contorno de Campo Largo, Ponta Grossa é o maior gargalo logístico nos 567 quilômetros administrados pela empresa no Paraná. Com a projeção de crescimento do fluxo para 22 mil caminhões por dia em 2020, a construção de um Contorno pela cidade é apontado como uma necessidade.

“Se pegar o Estado do Paraná, ele é um garrafão. E o gargalo está aqui: toda a movimentação de cargas que passa o Paraná acaba cruzando Ponta Grossa. Só que chega um momento em que, se não organizar, vai trazer prejuízos para a cidade”, declara. De acordo com informações da empresa, nos trechos urbanos da BR-376 e da PR-151 há trechos de 60 km/h (Avenida Souza Naves), e até 30 km/h (em lombadas), mas há trechos em que os caminhões seguem a até 20 km/h, em locais onde há subidas longas, caso do trecho na região da Vila DER (Avenida Presidente Kennedy).

A proposta da construção do ‘Arco Norte’ prevê 46 quilômetros de rodovia, na qual a velocidade máxima prevista é de estrada federal (110 km/h para carros e 90 km/h para caminhões), aumentando a fluidez do transito e agilizando o transporte. “O contorno vai desviar todo o fluxo de carga pesada, para sair das áreas urbanas, reduzindo o número de acidentes e contribuindo na redução de poluentes, além de evitar engarrafamentos e aumentar a flexibilidade das empresas. A maior fluidez e ganho de tempo trazem maior competitividade organizacional”, explica Balduir Carletto coordenador do curso Superior de Tecnologia em Logística e da pós-graduação de logística da Faculdade Sant’Ana.

Josmar Richter, proprietário da transportadora KRM, cuja sede fica em Ponta Grossa, reafirma o gargalo existente, que eleva os custos de transporte. “Se perde muito tempo em Ponta Grossa, o caminhão demora uma hora para se deslocar de uma empresa para a garagem. E cada hora está congestionando mais. Com o contorno, traria menos gasto com diesel e com manutenção pelo desgaste de embreagem, lona de freio, pneu”, diz.

agronegócio

Infraestrutura com deficiência limita a produção agrícola

Os gargalos logísticos também afetam a produção agrícola. Em depoimento recente, o produtor rural da região, e pioneiro do Plantio Direto, Manoel Henrique ‘Nonô’ Pereira, afirmou que o agronegócio é limitado pelo transporte fora da porteira. “Plantamos [no Brasil] 50 milhões de hectares. Se dobrar essa área plantada congestiona tudo e o país não vai nem pra frente nem pra trás”, relata. Segundo ele, com melhores condições de infraestrutura e logística nas estradas, esse volume poderia sem ampliado rapidamente. “Podemos produzir mais alimento, elevar em 20 a 30% o volume de produção”, completa.


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