Prefeitura quer tirar de circulação motoristas superinfratores de São Paulo
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28 de Setembro de 2015 – 03h50 horas / Rede Brasil Atual

A fiscalização de trânsito na cidade de São Paulo deverá apertar o cerco aos motoristas que são infratores contumazes, informou no dia 21 o secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, ao participar de debate sobre a semana da mobilidade no Centro Cultural São Paulo.

Tatto disse que 70% dos motoristas não têm nenhuma multa, mas 5% são responsáveis por 50% das multas na cidade. “Essa pessoa não pode circular (de carro)”, afirmou, destacando que a prefeitura está identificando as rotas e os motoristas, e vai celebrar um convênio com Polícia Militar para “pegar esses 5%”.

O secretário também informou que ainda este mês deve lançar o edital de licitação do novo sistema de ônibus na cidade. O secretário disse que durante a fase de consulta pública foram recebidas mais de 2 mil sugestões para a rede de ônibus da cidade.
Mas ele também destacou que independentemente da licitação a prefeitura tem trabalhado na organização do transporte coletivo e que os corredores de ônibus estão mais do que aprovados, porque conseguiram ampliar a velocidade média dos veículos de 13 km/h para 22 km/h com baixo investimento: “É uma solução prática e eficaz”.

“Estamos quebrando o paradigma de que é preciso gastar muito para ter mobilidade.” O secretário também rebateu críticas de que os congestionamentos estão caindo na cidade por causa da retração econômica, argumento usado pelos críticos do prefeito Fernando Haddad, que não querem creditar essa melhora à política de redução da velocidade que vem sendo adotada.

Tatto disse que conversou com prefeitos de outras cidades do país, e que ninguém confirma essa retração. Ele explicou que o trânsito melhora sob a redução de velocidade porque os carros passam a necessitar de menos áreas de frenagens e podem se deslocar com mais proximidade entre si. “Não dá para ter 22 mil acidentes por ano e 1.200 mortes e não fazer nada”, ponderou.

Sobre o projeto de fechar a Avenida Paulista aos veículos aos domingos, entre 9h e 17h, o secretário disse que o espírito dessa mudança é que a cidade seja ocupada de modo diferente, mais democrático, com foco em sua humanização.

“A maneira de as pessoas se apropriarem da cidade é ocupar o espaço público, e esse espaço hoje é privatizado, porque os automóveis ocupam 80% da cidade”, afirmou. “Política da Paulista é ocupar o espaço público para que as pessoas saiam de casa e possam curtir a cidade. A Paulista é do mundo, não é de quem mora lá.” Nos próximos dias, a prefeitura conclui relatório sobre esse projeto, mas o secretário não quis antecipar quando a medida será adotada. “Vamos fazer com cuidado, não precisa ter pressa”, argumentou.


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