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20 de Janeiro de 2015 – 04h57 horas / ZH Notícias

A Polícia Civil cumpriu, no início da manhã desta terça-feira, 37 mandados de busca e apreensão e 18 de prisão temporária contra suspeitos de envolvimento em uma série de furtos, roubos e extorsões de caminhões na Região Metropolitana. 15 suspeitos foram detidos e três estão foragidos. Denominada de Operação Tonelada, a ação policial é deflagrada por mais de 150 agentes em 16 municípios gaúchos, e também em Santa Catarina e no Paraná — Estados para onde parte dos veículos eram levados.

Segundo o delegado responsável pela investigação, Thiago Lacerda, se trata da maior quadrilha de furto de caminhões no Rio Grande do Sul, e o grupo estaria envolvido em cerca de 70% destes crimes ocorridos no Estado. A estimativa é que o grupo seja responsável por um prejuízo entre R$ 5 milhões e R$ 10 milhões para transportadoras e empresas de logística no Rio Grande do Sul.

Conforme as investigações — que duraram oito meses —, a partir da encomenda de receptores, criminosos furtavam caminhões no modelo pedido, desativavam os sistemas de GPS e levavam os veículos para sítios da Região Metropolitana. Um ou dois dias depois, os caminhões eram repassados para receptadores do Estado, que os levavam para Santa Catarina.

Os veículos eram desmanchados em sítios e, depois, levados em caminhões baús, ou eram transportados pela BR-101 rumo a Santa Catarina. Ainda faziam parte do esquema os chamados "plaqueiros", que produziam placas clonadas de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul a partir do desvio de chapas do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) por valores entre R$ 200 e R$ 400 por placa.

No Rio Grande do Sul, o principal receptador é Irondi Borges de Almeida, conhecido como "Cabelo", que mantinha ligação com outros dois principais receptadores de Santa Catarina: Rone Peterson de Abreu de Moura, que opera uma oficina de fachada em Tijucas, e Valdomiro Cardoso Pereira, conhecido por "Valma", com base em Sombrio. Os criminosos também mantinham contato com paranaenses, que adquiriam peças receptadas em Santa Catarina. Os presos estão sendo encaminhados para a Central de Polícia de Canoas.

Em uma das mais de 30 mil ligações telefônicas interceptadas pela polícia, foi flagrada a negociação de um caminhão por R$ 35 mil — sendo que o valor de mercado ultrapassa R$ 200 mil. A investigação da Operação Tonelada, comandada pela Delegacia de Furto e Roubo de Veículos do Departamento de Polícia Metropolitana, começou após uma série de furtos ocorridos na Região Metropolitana — principalmente na área do Porto Seco, na Capital, e em Canoas. Após os crimes, os veículos não eram mais localizados.


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