Quando as pessoas colocam os processos empresariais em risco
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22 de Agosto de 2016 – 03h58 horas / Daniel Gobbi Costa

Apesar de todos os esforços, é amplamente conhecido o risco do fator humano, mesmo para as empresas que implementam os maiores níveis de controle e tecnologia em segurança, porém somente o conhecimento não nos exime do risco, muito menos da responsabilidade de fazer cada vez mais para minimizar este fator dentro das empresas.

 

Então, o que fazer? Esta questão possui várias alternativas de resposta, e é aqui que muitas empresas utilizam ferramentas de processos que são recorrentes apresentadas em diversas metodologias e padrões (nacionais e internacionais) de Security, juntamente com sofisticadas ferramentas de avaliação de integridade e confiabilidade de potenciais candidatos e de quem já faz parte do quadro de funcionários, de maneira direta ou indireta (quando contratado por terceiros).

 

Ainda que pouco os testes que conseguem medir tal integridade e confiabilidade das pessoas, destaca-se os desenvolvidos por empresas israelenses, que se destacam por sua confiabilidade, validade e adaptabilidade, inovação e aperfeiçoamento contínuo, facilitando a decisão dos gestores com base em riscos potenciais que uma pessoa pode trazer para a empresa. Tais avaliações de Integridade são aplicadas nos Estados Unidos desde a década de 80, sendo que, estudos realizados em cerca de 500.000 participantes revelaram que seu valor preditivo é equivalente a testes de personalidade, o que confirma a importância da avaliação do fator integridade nas organizações. Estas avaliações podem ser veladas, ou seja, sem o conhecimento da pessoa, ou ainda transparente, com o conhecimento e consentimento da mesma.

 

Também cabe aqui registrar que estas ferramentas de avaliação devem aferir as atitudes e opiniões dos respondentes tanto pela vertente cognitiva, a qual objetiva compreender o grau de conhecimento que o participante tem daquele assunto, como também pela vertente comportamental, tratando de ações passadas e/ou futuras diante de temas relevantes para as atividades laborais as quais enfrenta ou enfrentará.

 

Diferentemente de muitas outras avaliações baseadas em capacidades, as avaliações de integridade não têm mostrado ser discriminatórias com grupos considerados como minoritários, tais como baseados em raça, sexo, idade ou nem mesmo invasivos em relação a outros trabalhos, como as vezes se acredita. Estas ainda são normalmente utilizadas para desqualificar (eliminar) do processo de seleção pessoas qualificadas como alto risco, e não para identificar e selecionar aqueles profissionais com alto potencial de desempenho. Estas avaliações devem ser utilizadas para um processo de seleção de candidatos externos, para a promoção interna ou ainda para a mudança de função dentro da empresa.

 

Em conclusão, as avaliações de integridade é uma das ferramentas de Compliance e estas contribuem para o enfrentamento da fraude e corrupção. Daí a importância para as empresas, que possuem uma gestão séria em segurança qualidade e recursos humanos, investirem em um programa complexo de gestão da ética que possa compreender e mitigar ações inadequadas. Analisar a resiliência de integridade do indivíduo aponta que quanto maior a sua magnitude, menor a manifestação de comportamentos antiéticos no ambiente de trabalho.

 

Daniel Gobbi Costa – Graduado em Administração de Empresas e habilitação em Comércio Exterior, com especialização nas áreas de Logística, Qualidade e Gerenciamento de Projetos. Atua desde 2007 em atividades de Auditoria/Consultoria nas áreas Logística e de Comércio Exterior participando de projetos de implementação e manutenção de controles internos, agora como Sócio/Responsável nas empresas Alliance Consultoria e Treinamento Empresarial e Innova Consultoria Empresarial e Qualificação Executiva.


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