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07 de Março de 2016 – 15h00 horas / Mundo Logística

Um novo documento técnico (white paper), divulgado pela DHL, ressalta a importância de um correto balanceamento entre a demanda por redução de custos e a eficiência, com a necessidade de segmentação e agilidade no desenho das cadeias de suprimentos. Com a complexidade e o tamanho do comércio internacional, produtores e distribuidores precisam de muitos canais de distribuição para atender aos mercados, com diferentes perfis. Ao mesmo tempo, devem também evitar redundâncias na forma com que enviam, armazenam e entregam os seus produtos. Ficando assim a pergunta: é preciso ter mais ou menos cadeias de suprimentos?

Embora um aparente paradoxo, o documento técnico sustenta que a resposta correta é ambos. Para empresas que buscam um balanceamento equilibrado entre o custo e a qualidade do serviço, o desafio está na definição de quando se divide uma cadeia logística, com base em demandas diferentes da produção e dos consumidores, ou quando se capturam eficiências, por meio da combinação de cadeias logísticas, cujos produtos são destinados aos mesmos mercados.

Uma grande indústria ou manufatura pode se ver gerenciando muitas cadeias logísticas, devido a períodos de crescimento, aquisições de outras empresas ou à própria estrutura excessivamente compartimentada da organização. Esse foi o dilema de um grande grupo de Tecnologia da Informação (TI), que, ao realizar uma fusão de US$ 25 bilhões, teve de estudar como reorganizar um conjunto de 25 cadeias logísticas independentes.

Muitas dessas cadeias estavam divididas de acordo com linhas de produtos, indicando que a empresa gerenciava múltiplos canais para itens que acabavam sendo entregues, muitas vezes, nos mesmos locais. Logo, havia uma oportunidade de redesenho das cadeias em toda a rede global, assim como um aprimoramento do serviço. No final, a empresa optou por reduzir o número de cadeias logísticas para apenas cinco, entre outros aprimoramentos, com base em uma avaliação que combinou as características dos produtos e demandas dos clientes.

Esse é um exemplo de como simplificar múltiplas cadeias de suprimentos e como derrubar muros entre as famílias de produtos pode trazer benefícios para os negócios. Quando avaliado o desenho de cadeias logísticas, há uma grande oportunidade de se obter ganhos, ao migrar de uma abordagem que busca “diferenças” nas cadeias logísticas, para uma visão que busca “similaridades”. No entanto, mais recentemente, produtores e distribuidores globais também começaram a perceber os benefícios de se criar mais cadeias de suprimentos, dessa vez, pelos motivos certos.

Esse conceito passou a ser conhecido como segmentação de cadeia de suprimento, que pode ser baseada em características relativas à produção ou movimentação dos produtos. Por exemplo, se determinada área ou setor responde por 80% do faturamento da empresa, talvez ela mereça um tratamento diferenciado no desenho da cadeia de suprimentos. Essa decisão, porém, se torna cada vez mais difícil, com o advento do omnichanel, que acaba por misturar ou integrar os diferentes canais de consumo.

Frente a esse cenário desafiador, determinar o balanço correto entre a integração e a segmentação de cadeias de suprimentos é um exercício diário e contínuo dos operadores logísticos.


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