Reajuste do diesel perde força, após queda do preço do petróleo
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19 de Agosto de 2015 – 03h55 horas / Valor Econômico

O cenário virou e as expectativas com relação a um reajuste nos preços da gasolina que chegou a ser cogitado por analistas do setor de petróleo nos últimos dois meses  perderam um pouco de força. Após dois meses sendo vendida com uma defasagem de 10% em relação aos preços externos, os preços da gasolina no mercado interno ainda não zeraram as perdas, mas recobraram um pouco do fôlego em agosto, ajudados pela queda dos preços internacionais do petróleo. Segundo especialistas, a desvantagem do combustível deve ficar entre 4% e 5% no mês.

Além do cenário menos negativo para os preços da gasolina, analistas indicam ainda que a vantagem na venda do diesel, o combustível mais relevante no faturamento da Petrobras, deve aumentar. A estatal já vinha vendendo o diesel acima dos preços externos desde o início do ano, mas o movimento perdeu um pouco de força entre maio e junho.

Para agosto, nas contas da GO Associados, o diesel deve ser vendido 29% mais caro no mercado interno em relação ao mercado internacional, a R$ 1,72 o litro, ante R$ 1,34 (o preço externo convertido em reais). A vantagem é superior à diferença de 25% alcançada em julho e o maior nível desde fevereiro.

Para a gasolina, a GO espera que a Petrobras venda o combustível 4% mais barato no mercado interno em agosto, a R$ 1,44 em relação aos R$ 1,50 praticados externamente. A diferença corresponde a uma desaceleração em relação à desvantagem de 9% em julho e de 10% em junho. Assim como os preços do diesel, o preço da gasolina também acompanha a variação do petróleo no mercado externo. A gasolina, porém, vem sofrendo pressões adicionais pela maior demanda do mercado americano, daí a diferença expressiva com relação aos preços do diesel.

Fabio Silveira, diretor de pesquisas econômicas da GO Associados, descarta, ao menos por enquanto, a possibilidade de equiparar os preços da gasolina aos preços externos, mas ressalta que o quadro atual já é favorável à Petrobras. “A estatal se beneficia bastante com esse quadro, sem dúvida”, diz Silveira.


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