Compartilhe
28 de Outubro de 2014 – 05h43 horas / A Cidade

O profissional de vendas Ademir Gheri mora em Ribeirão Preto e trabalha em empresa de transportes de Sertãozinho. No vai e vem diário, utiliza seu Punto e uma vez por semana abastece o veículo com etanol, mas sempre em Sertãozinho.

Ele abastece em posto sertanezino porque lá a maioria dos postos bandeirados vende o litro do etanol por arredondados R$ 1,80, ou seja, 10% abaixo do valor praticado em Ribeirão Preto.

Ao encher os 45 litros do tanque do Punto, Gueri desembolsa R$ 81. Se fosse fazer o mesmo em Ribeirão, gastaria R$ 89,1, ou seja, R$ 8,10 a mais. “É uma superdiferença para quem circula diariamente entre as duas cidades”, diz.

Apesar da diferença de preços, só vale parar em posto de Sertãozinho se o motorista está de passagem. “Não vale sair de Ribeirão e ir até lá abastecer porque há o pedágio, cuja tarifa é de R$ 5,60”, diz o engenheiro civil Ademirson Freitas, que lamenta o valor mais alto em Ribeirão.

Além de Sertãozinho, Orlândia e Jaboticabal também vendem o litro do etanol 10% abaixo do preço praticado em Ribeirão.

Apenas o valor do etanol apresenta diferença. O da gasolina segue praticamente igual em Ribeirão e na região, a R$ 2,99 o litro.

O presidente regional do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo (Sincopetro), Oswaldo Manaia Júnior, explica que o preço final do combustível depende do preço que ele é adquirido nas distribuidoras.

“O grande problema está nas distribuidoras, que aplicam preços diferentes de vendas dependendo da cidade que está comprando. Acredito que até pelas condições de mercado”, diz.

Referência

Sobre o assunto, o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom) afirma que cada distribuidora possui sua própria política comercial, por isso “não comenta os preços dos combustíveis, pois não possui ingerência sobre os fatores que influenciam nas suas variáveis, respeitando as premissas de livre mercado”, diz em nota.

A dona de casa Marlene Lopes Tamião não quer saber de quem é a responsabilidade dos preços. “Quero é que o preço continue atrativo em Sertãozinho”, diz ela, que só circula pela cidade e uma vez por semana investe R$ 30 de etanol. “Está bom e espero que continue assim.”

Inquérito apura possível cartel local

Em junho deste ano, a promotoria de Ribeirão Preto instaurou um inquérito civil para investigar um possível cartel de distribuidoras de combustíveis na cidade. O inquérito segue em tramitação.

Na época, o promotor do consumidor Carlos César Barbosa, responsável pelo inquérito, disse que através de uma pesquisa do Procon de Ribeirão foi constatado que as distribuidoras vendem o litro dos combustíveis até R$ 0,25 mais caro em Ribeirão, em comparação com cidades vizinhas.

Na ocasião, Barbosa disse que todas as distribuidoras, grandes e pequenas, adotam essa prática, o que faz com que os preços também subam nos postos da cidade.


voltar