Compartilhe
28 de Abril de 2017 – 04h34 horas / Automotive Business

A Rota 2030 política industrial que vai suceder o Inovar-Auto a partir de 2018, deve contemplar também o segmento de veículos comerciais. Roberto Cortes, CEO da MAN Latin America, aponta que a legislação deve traçar metas tecnológicas com um cronograma de implementação. Desta maneira, os caminhões e ônibus também precisarão alcançar patamares de eficiência e segurança.

 

As montadoras de veículos comerciais estão inscritas no programa atual, mas a realidade é que, neste caso, o Inovar-Auto tem efeito limitado à exigência de processos fabris e alguns poucos aspectos, sem medidas capazes de impulsionar melhoria nos produtos, diferentemente do que acontece no segmento de veículos leves, que precisa cumprir metas. “Apoiamos integralmente a política industrial”, diz Cortes. Segundo ele, depois de debatidos os objetivos entre o setor e o governo, agora, com os grupos de trabalho, começa a fase de desenvolver a legislação completa.

 

“Nunca desenvolvemos no Brasil uma política de longo prazo para o setor. É muito positivo ver este movimento”, comentou o executivo, sobre a abrangência da iniciativa, que deve ser de 15 anos. Cortes aponta que o objetivo do programa é eliminar ineficiências para que as empresas possam competir no cenário global. “Não vamos mais brigar por nada que seja artificial”, diz, eliminando a possibilidade de pedir incentivos, como aconteceu no passado. “Naquele momento fazia sentido. Precisávamos de medidas anticíclicas. Agora precisamos da melhoria da economia”, justifica.

 

Ele conta que a Rota 2030 deve incluir um programa de inspeção veicular que, na prática, pode impulsionar uma renovação da frota. Outro ponto relevante são as condições de financiamento para caminhões e ônibus pelo Finame. A linha vai passar por mudança em 2018 com o fim da TJLP para ser indexada TLP, algo que pode aumentar os custos do investimento. “A negociação é que o governo introduza a nova taxa conforme a taxa Selic cai, assim evitamos um impacto forte no preço do financiamento”, conta.


voltar