São Paulo: Multas aumentam, mas monitoramento do trânsito diminui
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06 de Outubro de 2015 – 03h35 horas / Folha de S. Paulo

O número de multas na cidade de São Paulo aumentou muito desde 2014 e a arrecadação de janeiro a agosto alcançou R$ 612 milhões, o maior volume da história do município.

Apesar do crescente número de radares, o monitoramento por câmeras e a quantidade de agentes de trânsito caiu drasticamente nos últimos anos. Das 426 câmeras existentes, apenas 170 funcionam, representando apenas 40% do total.

O número de agentes de trânsito caiu de 1.736 em junho de 2013 para 1.562 no mesmo mês de 2015. Além disso, os chamados semáforos inteligentes, aqueles que são controlados pela central da CET, representam apenas 1% dos 1.629 equipamentos instalados na capital paulista.

Sem número adequado de câmeras para monitoramento do tráfego, menos agentes para orientação do trânsito e semáforos para inteligentes para melhor distribuição do fluxo de veículos, a cidade de São Paulo vem perdendo o controle sobre a movimentação de veículos na cidade.

A quantidade de câmeras quebradas é a maior desde 2011 e sem elas, a CET não pode visualizar acidentes, engarrafamentos e outras ocorrências no trânsito, deixando assim de resolver de forma mais rápida os problemas que surgem.

Para medir a lentidão no trânsito, a prefeitura ainda usa um método de 20 anos, contando o número de veículos a cada 30 minutos. Os Postos Avançados de Campo, úteis para verificar a velocidade do tráfego, caíram de 60 para 18 em quatro anos.

Além disso, o número de agentes com binóculos, que ainda são usados no alto dos prédios para verificar o tráfego e avisar de possível lentidão, caiu bastante no mesmo período. Segundo especialistas, se só os semáforos inteligentes estivessem funcionando, o trânsito melhoraria 20%.

A prefeitura diz que fez um esforço para recuperar as câmeras, elevando de 34% para 40% a quantidade dos equipamentos em funcionamento. Já a redução de agentes se deve a férias, licenças médicas, afastamentos e treinamento.

Uma rede de mil km de cabos de fibra ótica, que conectariam semáforos por toda a cidade, foi prometido no início da gestão, mas barrou na falta de verba, sendo necessário R$ 300 milhões para sua implantação, de acordo com a administração municipal.


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