Compartilhe
03 de Março de 2016 – 15h00 horas / Revista Mundo Logística

O Brasil gasta em torno de 30% a 40% a mais na distribuição de produtos, comparado a países que contam com infraestrutura logística adequada para escoar cargas, segundo a Associação Brasileira de Logística (Abralog). Para o especialista em logística e vice-presidente de educação da entidade, Edson Carillo, a falta de estrutura compromete a competitividade do País, que poderia oferecer condições melhores aos embarcadores, com investimentos em intermodalidade, para reduzir os custos das operações.

Uma dificuldade levantada pelo especialista é o atual momento de retração econômica experimentado pelo País. Com a arrecadação em queda, a administração federal dispõe de menos recursos para custear projetos de infraestrutura, necessitando do apoio da iniciativa privada. A situação agrava-se ainda mais quando considerado o excesso de intervenção do governo na definição de regras, o que cria entraves e gera insegurança para o investidor que planeja a longo prazo.

Quem compartilha a mesma opinião é o presidente da Associação Brasileira de Indústria Ferroviária (Abifer), Vicente Abate, que pontua que o declínio no ritmo de crescimento do Brasil implicou, consequentemente, em um Produto Interno Bruto (PIB) negativo, com previsão de queda em mais de 3%. Para Abate, investir em infraestrutura logística seria a solução para ajudar a melhorar o PIB, além de contribuir com a eficiência logística no País. Outro ponto destacado pelo presidente da Abifer é destravar a segunda parte do Programa de Investimentos em Logística (PIL2).

Segundo dados do Ministério do Planejamento, a segunda etapa do PIL2 previa investimentos em torno de R$ 198,4 bilhões, para a concessão de, aproximadamente, 7.000 km de rodovias (R$ 66,1 bilhões); a construção, modernização e manutenção de 7,5 mil km de linhas férreas (R$ 86,4 bilhões); investimentos em arrendamentos no setor portuário (R$ 37,4 bilhões) e, por fim, a ampliação dos aeroportos (R$ 7,2 bilhões). Porém, dos 20 leilões planejados para este ano, apenas seis devem ser realizados, sendo cinco trechos rodoviários e uma ferrovia.

Em abril, os principais players do transporte de carga e logística estarão reunidos na Intermodal South America 2016, para apresentar ao mercado as soluções multimodais desenvolvidas para superar os entraves impostos pela infraestrutura e dar vasão à produção industrial e agrícola.


voltar