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14 de Setembro de 2015 – 04h45 horas / ANTP e Firjan

A falta de investimentos em transportes públicos, com o consequente aumento nos congestionamentos, além de diminuir a qualidade de vida dos cidadãos, causa prejuízos anuais de R$ 111 bilhões à economia brasileira.

É o que revela o mais recente levantamento nacional sobre mobilidade urbana divulgado na última quarta-feira, 9, pelo Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro).

O valor de R$ 111 bilhões se refere, segundo os especialistas que realizaram o estudo, à chamada produção sacrificada, que seriam os recursos perdidos ou que deixaram de ser gerados pelo tempo perdido nos congestionamentos das metrópoles brasileiras. Não levam em conta outros custos, como saúde pública, por exemplo, por causa de acidentes e poluição.

Há gastos diretos como combustível queimado por causa do trânsito lento, maiores recursos necessários para manutenção de vias e a necessidade de mais veículos de serviços, como ônibus e caminhões, para fazerem uma quantidade cada vez menor de viagens cada.

Também é levado em consideração o que poderia ser gerado pela economia se os trabalhadores não perdessem tanto tempo nos congestionamentos. Neste aspecto, são considerados cursos ou atividades que gerariam renda extra e até mesmo a perda de desempenho do trabalhador que já chega cansado ao serviço.

Com os R$ 111 bilhões poderiam ser construídos todos os anos mais de 100 quilômetros de redes de metrô ou ainda fazer dois mil e 500 quilômetros de corredores de ônibus com os mais avançados conceitos de veículos, operação e gerenciamento de frota.

A pesquisa analisou os ir e vir e os dados econômicos de 601 municípios brasileiros que formam 37 regiões metropolitanas no País em 2012. Os tempos de deslocamentos contabilizados sempre foram os superiores a 30 minutos.
De acordo com o levantamento, 17 milhões de pessoas gastam em média 114 minutos nos deslocamentos diários.

Onde mais se perde tempo para se deslocar no Brasil, é na região metropolitana do Rio de Janeiro. São 141 minutos por dia, sendo que por causa dos congestionamentos, deixam de ser produzidos anualmente R$ 19 bilhões.

São Paulo é a segunda região metropolitana em tempo gasto nos deslocamentos, com 132 minutos por dia. Mas o prejuízo em São Paulo é o maior do País: R$ 44 bilhões e 819 milhões deixam de ser produzidos pela imobilidade. Este prejuízo é 2,3% que o registrado em 2011, referente a penúltima pesquisa.

Em Curitiba e região metropolitana, onde há uma rede de corredores de ônibus, o tempo de viagem médio é de 122 minutos por dia e os recursos perdidos em congestionamentos por ano chegam a R$ 3 bilhões 353 milhões.

 Vale do Aço, em Minas Gerais, é a região pesquisada com menor tempo de deslocamento diário: 102 minutos.  Já o Sudoeste Maranhense é onde as perdas com os congestionamentos são menores: R$ 36 milhões 789 mil.


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