Compartilhe
06 de Outubro de 2016 – 04h30 horas / G1

O tempo de espera para a liberação de cargas de importação e exportação em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, já chega a cinco dias. Segundo os caminhoneiros que regularmente a fronteira entre o Brasil, o Paraguai e a Argentina, antes da paralisação dos auditores fiscais da Receita Federal, os veículos eram liberados no mesmo dia. Com a demora, longas filas têm se formado nos acessos ao Porto Seco – o mais movimentado do país -, causando transtornos também ao trânsito.


Um grupo de caminhoneiros do Rio Grande do Sul chegou à fronteira na segunda-feira (3) e dizem não saber quando vão poder seguir viagem. "Não temos segurança, não temos banheiro, não temos nada", reclama Edacir Kretschmer. "Não te dão resposta nenhuma, não te falam nada", completa Claudinei de Matos.


Segundo os responsáveis pelo Porto Seco, na terça-feira (4) ao menos 860 caminhões aguardam liberação já dentro do pátio. Outros 760 esperam na fila das cargas para exportação e mais 200 na fila para importação. Em dias normais, circulam pela região cerca de mil veículos de carga e são liberados cerca de 800. Com a mobilização, o volume de veículos dobrou, porém a quantidade da cargas liberadas caiu pela metade.


Desde a semana passada, os auditores estão dando prioridade apenas às cargas vivas, perigosas ou perecíveis. E, sem ter onde ficar, os caminhoneiros têm parado às margens da BR-277 e nas ruas e avenidas próximas ao porto seco, o que têm deixado o trânsito lento e complicado. "É muita fila, muita demora. O sinal abre e fecha e você tem que ficar esperando. É ruim para todo mundo", observa a técnica administrativa Maria Aparecida Esteves.


A paralisação nacional dos fiscais se estende desde julho. Para chamar a atenção do governo federal, eles vêm promovendo uma série de paralisações. Entre as reivindicações estão reajuste salarial e valorização da categoria. Segundo o Sindifisco, o projeto de lei que prevê as mudanças solicitadas pelos auditores que entrou em discussão no Congresso Nacional na terça-feira (4).


voltar