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06 de Abril de 2015 – 02h49 horas / JCNET

Luta antiga de Bauru, a construção das marginais da Rodovia Marechal Rondon (SP-300) no perímetro urbano tem agora data definida para começar: março de 2016. São aproximadamente 11 quilômetros da rodovia dentro da cidade. As marginais irão desde o trevo da Eny, na confluência com a SP-225 (Bauru-Ipaussu), até o trevo do Núcleo Gasparini, onde começa a Rodovia SP-294, a Bauru-Marília. Dados preliminares apontam fluxo de 5 mil veículos transitando por hora na rodovia em horários de pico, concentrando alto número de acidentes e atropelamentos, inclusive com mortes.

Quando a Marechal Rondon foi concessionada, a construção das marginais já constava em contrato. Porém, várias negociações para antecipar os prazos foram feitas, com intermediação do deputado Pedro Tobias (PSDB). Em 2012, estudos indicavam um custo de quase R$ 41 milhões apenas com as obras. Há ainda as desapropriações. Tudo deverá ser bancado pela concessionária.

Pedro Tobias pediu à Artesp a antecipação da obra. “Inclusive conversamos com a agência para que a obra pudesse começar já em 2015, mas isso depende de repasse de verba do Estado para a Via Rondon, o que não é simples em ano de crise”, comenta o parlamentar, salientando que o importante é que haverá antecipação das obras, que estavam previstas só para 2018.

Mão única

Nesta semana, houve o primeiro de uma série de encontros que ainda serão agendados para afinar o projeto final, entre prefeitura, Via Rondon e Artesp. O prefeito Rodrigo Agostinho (PMDB) foi representado pelos secretários Sidnei Rodrigues (Obras) e Antonio Grillo Neto (Seplan), além do presidente da Emdurb, Nico Mondelli. “Havia um projeto prévio da Via Rondon no qual tínhamos muitas discordâncias, sendo que a prefeitura já possuía projetos diferentes. Apresentamos tudo isso a eles há algum tempo, e esta reunião foi na verdade uma resposta da Via Rondon. Foi muito satisfatório, pois praticamente todos os pontos foram atendidos”, explica o chefe do Executivo. “Há ainda alguns detalhes que podem ser melhorados, mas no geral o projeto atual atende a muitas demandas”, comemora.

O prefeito recebeu o projeto na tarde de quinta-feira, e ontem analisou os principais pontos. Uma das definições é que as marginais terão mão única. Outros aspectos ainda são discutidos. “A proposta deles é ter 8 metros de largura cada marginal, e nós pedimos 9 metros. 8 metros é uma margem segura, mas se vai mexer, o ideal é que já se faça visualizando o crescimento de fluxo a longo prazo”, salienta. Atualmente, Bauru possui mais de 250 mil veículos emplacados, mais o fluxo de toda a região e de diversas outras cidades que passam pela Rondon.

Durante a entrega da duplicação da Rodovia Bauru-Iacanga, em fevereiro, o secretário estadual de Logística e Transporte de São Paulo, Duarte Nogueira, revelou ao JC que a pasta – da qual pertence a Artesp – já vinha negociando com a Via Rondon a antecipação da obra. “A previsão inicial era de começo das obras em 2018, mas está sendo antecipado para o primeiro semestre de 2016, houve esse compromisso da concessionária”, disse Nogueira.

Nível

O nível das marginais vai variar conforme cada trecho, podendo ser abaixo ou acima das pistas principais. “Algumas vias do Município já existem e devem ser usadas pela concessionária para a implantação das marginais, com a anuência da prefeitura”, reitera o secretário de Obras, Sidnei Rodrigues.

Uma dessas vias, por exemplo, começa na Vila Santa Luzia, passa pelo Jardim Araruna e pelo Jardim Pagani, terminando no trevo com a Bauru-Iacanga. Atualmente, ela é usada informalmente como marginal, mas com obras de expansão e melhorias, pode tornar-se efetivamente uma marginal, absorvendo o fluxo local.

Outro trecho que vive a mesma situação vai do trevo da avenida Getúlio Vargas até as proximidades da Nações Unidas, também no sentido Capital-Interior.
As marginais não serão contínuas, seccionada pelas principais avenidas da cidade que cortam a Rondon, como a Nações Unidas e Nuno de Assis. “Ainda não se sabe por qual trecho vão começar, até porque esta foi a primeira reunião, e a concessionária quer ouvir a prefeitura também. O que ficou acertado é que as obras devem ter início em março de 2016”, frisa Nico Mondelli, presidente da Emdurb.

Outro ponto discutido é em relação aos viadutos e as passarelas. “Pelo que nos foi passado, vão ser contemplados os ajustes nas passarelas”, adianta Mondelli. Audiências públicas devem ser convocadas, no plenário da Câmara Municipal, para discutir as intervenções.

O presidente da Emdurb lembra que há novas vias cujas entradas já serão contempladas nas marginais, como a avenida que vai contornar o Aeroclube, com uma saída para a Rondon próximo à base da Polícia Rodoviária, facilitando o acesso para as imediações do Bauru Shopping, e uma avenida que futuramente vai interligar a Rondon à Nações Norte.

Quanto às avenidas atuais, o trevo com a Nuno de Assis é o que deve sofrer mais intervenções. “Pelo projeto, as marginais ali já contemplarão uma saída que vai facilitar bastante depois o que falta para duplicar da Nuno de Assis, da rodovia até o trevo do Beija-Flor”, diz Rodrigo. Na parte próximo à Universidade Sagrado Coração, também serão necessárias negociações para desapropriar algumas áreas, inclusive da própria USC.

Iluminação

A instalação de iluminação pública está indefinida. A prefeitura solicitou que a Via Rondon execute o serviço, o que ainda será analisado. “Apesar da maior parte do custo ser deles, sempre sobra alguma coisa para o Município. No caso da iluminação, a gente pediu que eles pelo menos instalem, porque a manutenção de qualquer forma ficará a cargo da prefeitura, e a concessionária ficou de estudar”, diz o prefeito Rodrigo Agostinho.

Quanto a possibilidade de instalar iluminação na via principal, o chefe do Executivo minimiza. “Nós pedimos isso quando assumi o governo, em 2009, e até hoje não obtivemos uma resposta definitiva, mesmo que o Município tivesse de arcar. Neste momento o principal é garantir a iluminação das marginais”, argumenta.


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